Vejo esse quadro, num todo geral. Vejo uma
sala, e vejo um quarto onde
quero dormir. Vejo um voejar nesse
meu ar escuro. Vejo um andar de montanha russa, e
vejo um passar de minha história, nesse espaço de
descansar e de sentir. Nesse lugar, antes do despertar
matinal pinto as imagens que são para relembrar as
minhas aventuras de dormir. Pinto a gaiola com seu
homem pássaro, que é para recordar que todo o sonho é fácil; até o de prender
aquele pássaro e negar o seu
voar nesse espaço, de poder ir e vir. Sou passageiro
do real, porém trafego, em todo esse ar das coisas
não naturais. Sou o homem sem seu ar de gloria, e sou aquele sujeito que pintou
a sua história nas paredes
do seu quarto; que é para evocar e refletir. Quem ler,
não deve acreditar ou desacreditar, pois são fatos, desse meu mundo
real ou transcendental. Quem ver pode
acreditar, pois esse , é o
meu jeito de ver e sentir; bem natural. Vejo aquela
Janela matinal, por onde avisto aquele horizonte, por onde o sol desponta. Vejo
lá no longe, onde ficou toda aquela prosa.
Vejo olhares incertos, e não sei se são simpáticos ou se
são apáticos, porém isso ninguém me conta. Vejo aquele pássaro
livre da gaiola, mas com seus voos nada práticos, porém simpáticos; isso, também
ninguém me conta. Vejo o voejar livre da gaiola, mas às vezes, não são voos
práticos. Vejo que sente falta de seu cárcere, pois aquela prisão, era o seu
quarto de sonos plácidos. A liberdade, às vezes é um cárcere de tijolos sólidos,
num voo sem rumo e sem sinal. Tudo vejo, no
momento escuro dos olhos. As clarezas dos olhos claros dormem esse sono
atemporal, naquele espaço de fluir.
by betonicou