São esses horizontes que me levam para
aquela estrada. Levam tudo dessa fonte de onde jorram as minhas águas. Vertem
flores de lembranças, mas tudo são pétalas na ventania. Caem as folhas no seu
tempo, mas nesse tempo, também gelam tudo, pois a lua, no alto de amor se esfria. São as fases desse meu mundo que me levam para minha morada. É a
sorte tão escondida, que quando se acha, e´ sorte tão desprezada. Porém, é tudo
cena de um pesadelo, e os sonhos claros vem no presente trazendo paz na
caminhada. Na verdade, a luz me abraça em cores vibrantes, ou numa só, tão
claramente esbranquiçada. É a eterna loucura de “Cervantes,” onde o moinho
rodava as ilusões tão desfrutadas e, o terno cavaleiro brilhante, em seu corcel esquálido, perseguindo as quimeras nas delirantes noites caladas. Hoje dormi
um sono de sonhar tão diferente e nas minhas noites escuras, até a lua sorri
largo e gentilmente. Adormeci no jardim ao ar livre, com todas as músicas
silvestres, tão bem orquestradas. Sonhei tão alto, num voo dos anjos amantes; e voei rasteiro e ligeiro nas minhas sensações, às vezes tão ilusórias e divagantes. — Ah, coração! Esse meu peito, todo descompassado declama as
poesias tão apertadas e instaladas. Quem me dera um coração maior que meus
amores e não apertar tanto o que a alma instala de emoções tão grandemente alargadas. Se é paixão, que se derrame e se perca nas enxurradas; se é ternura,
que seja um mar, de águas claras e turmalinas. Se é amor, que seja claro,
feito o dia: feito da clareza das águas doces e das minhas diáfanas e
vertentes retinas
.