Ontem, foi apenas
como passar de um vento. Porém esse rápido ar trouxe tudo do momento: Guerras e
fases loucas, de uma juventude no seu tempo. Ontem construiu a solidão que o
homem leva da singela e verdadeira inocência. Ontem forjou lembranças e brotou
esperança na inesperada e desajeitada inconsequência. De todo o mistério,
o ontem fez o seu próprio templo. Fez também das falas e gestos alegres as
cenas das realidades que contemplo. Fez das ingênuas vozes soltas o
ar sereno dos sinceros e fortes argumentos, e o sol apontava para o horizonte,
onde o ontem se encontrava, bem à frente do seu tempo.
Ontem fez
recordações nuas, para vestir qualquer ausência. Ontem era mistério que se
desfez na impaciência, e a simplicidade daquele vento que levantou as
vestes, era o toque silencioso da minha mão. Ontem era todo corpo vestido da
frágil e evolutiva juventude. Ontem era o insensato, no futuro, tão ciente da
amplitude. Ontem era as falas tolas ou inocentes emoções, que todas as crianças
são. Ontem se pavimentou de saudades. Era chuva na terra e seus perfumes. Ontem
era as águas e, os temporais das frágeis e passageiras cenas de ciúmes. As
risadas soltas e movidas pela inocência, era o ontem calando a voz de seus
queixumes.