Quero navegar por este corpo, feito uma nau embriagada, e
quero
Equilibrar-me por essas ondas, feito causa quase naufragada.
Quero
Levantar minhas velas,
para ver se navego mais perto. Quero pegar um
Vento forte , ate chegar a tuas praias de surpresa; todo descoberto.
Quero
Ver a tua roupa no varal, toda pendurada; quero te ver miragem...
E ao
Ver você toda nua, feita
ondas embriagantes... Quero criar coragem. Agora
Bateu forte o
desespero, nesta vontade de total destempero. E cá estou,
Nessa minha nau quase naufragada, neste teu tolo exagero... Quero
mesmo,
É aportar de novo, fazer um chamego doce, com toda a minha malandragem.
Quero beijar tua boca, sem o ácido dos beijos loucos; que e’
pra fazer triagem...
Quero o veneno dos teus cabelos, que entorpecem os meus
sentidos, de desespero...
Quero dançar a dança deste teu corpo, ter passos embriagados
de tantos exageros,
Quero não se lembrar das causas recentes, de tudo que
falamos, ou o que a gente viu...
Ou dos rumores descrentes... E quando a gente percebe alguém
já partiu. Partiu para
Um mar dessa vida, sem volta, ou destino de onde parar. O
que eu quero mesmo,
E’ brincar de esconde, esconde, mas sempre deixando você me encontrar.
E a
Gente vai navegando nas ondas mansas, ou de Tão apavoradas,
que nunca a gente
Viu! Mas partimos com o barco todo cheio de tudo, que a
gente fez, e sentiu...
E esse mar que me abraça... Fazendo não querer mais aportar...
Mas eu quero
Mesmo, é a vida da terra. Quero tua praia mansa... Para de
tudo enfim
Poder descansar, e
brincar...