Balas doces, para adoçar a boca, as pontas
dos pés para dançar na rua, um café para comer tapioca, um chalé para se
proteger da chuva, um gole para esquentar na maloca. Uma pedra de palavras
duras, um corre-corre, da multidão nas ruas. Uma flor com poucas pétalas do que restou do mal me quer. Uma pétala nas mãos de quem bem me quer.
Duas janelas que expõem as paisagens da
alma, duas almas que se cruzam, uma ponte, duas faces, uma calma. Uma panela,
um fogão, uma chama. Na cozinha duas mãos para resolver a trama. Um balde,
uma corda e um poço com água no fundo. Uma boca e um nó na garganta ao sorver
as águas do mundo. Uma trilha, um cheiro, um vestígio de pegadas, um sol que se
põe, uma sombra e uma caminhada.
Água doce para a sede da alma. Na ponta do
lápis: um ponto, um escorrego nas linhas da palma. Tudo são círculos, são
ventos no ar, são nuvens que choram, são sementes a brotar. São ondas eriçadas de
cristas do mar. São vestígios da vida, são frases relidas, são frutos da alma, das
realidades Incontidas. São as pautas do universo, onde se escreve todas as
trilhas e, são sementes, são flores que desabrocham nas áreas das linhas
vividas.
São gestos de aceno, ou são as bandeiras
de largadas ou, são botos, ou tubarões, neste mar de águas afogadas. A
calma e a ira são estrelas irmãs. O sol e a lua são noites e manhãs. São
pedaços e são tudo; depende da vida vivida. São rios ou regatos, são vertentes
da caminhada escolhida. Tudo são pontos escritos em linhas. São saltos aos trancos, tal qual
circo, num mar de palcos e saltimbancos
Arte: Enigma da arte -clown on unicycle | Flick