Não
são falas de dores, são apenas falas levadas pelo ofegar. Se o coração amolece
quando o amor lhe é cantado, tudo estremece; seja ar, terra, fogo ou mar. Quando o peito esmorece pela triste paixão que
é fugaz, o rio estremece de seus transbordantes despejos e as enxurradas alagam
no vermelho barroso de enciumar.
Sentimento,
que até o emudecido proclama em agigantadas falas. Guardado em lugar inefável, em um coração por
ele todo afagado e diluído. É diluvio de
águas claras, num jorrar de diáfanos desejos.
É porta para um jardim singelo, sem as ervas daninhas nascidas dos danosos
e lúbricos ensejos.
Não
há vento que não se alegre em tocar em brisas mansas esse amor que é flor sem
par. Sentir esse mesmo vento que abusado acaricia a pele debaixo de todos nós;
andantes varais, abaixo desse amor que é sublime luminar. Não há fogo que mais aqueça a casca morna, em
arrepiados e gélidos efeitos. É esse ato tão perene e sereno de amar.
Sim,
é o amor, a flor dourada plantada aqui na terra dos mortais. Fiel artífice e
provedor das orbitas cintilantes, tal qual o brilhar das estrelas. É lua morna e
branco lençol sobre os corpos que, sufocados, ardentes se enrolam no mel
refinado em prazer inaudito. Esse amor que enobrece as causas nulas. Doce
palavra, que de tanto falar se cala, ante o coração que se acelera em tambores
de guerra; indo de encontro de quem tanto ao peito almeja. By betonicou
Arte: Albena Vatcheva