Noite de
estrelas e um homem sai às ruas. Esbarrou-se nas mariposas, nas rebeldes
falcatruas. São tantas estrelas que vagueiam pelas ruas. São tantas luas
refletidas nas poças das ruas nuas. O ar viciado embriaga o senso dos
desavisados e o tabaco flutua, em vapores secos e opacos. Na noite em que
as cores se acinzentam, os lobos caçam e as lobas amamentam. Os animais
noturnos acuam e devoram. As mariposas perdem suas asas nos ares e são
devoradas nos sujos balcões dos bares. As estrelas estão vermelhas e os olhos
cansados trocam as cores deturpando o sentido cristalino. Na calçada, um homem
vive seu lado desatino. Vagam pelas ruas, as mulheres rameiras. Tristes vagam
pelas misérias; sem eiras nem beiras. Nessa noite, por mais sombria que seja
vagam os tolos boêmios e cantam suas lindas asneiras. Na calçada cambaleia um
homem, com tom embargado e cantante. Fuma seu cigarro barato, o revezando
com a gaita, num tocar melancólico e angustiante. Um tombo, um
levantar, um sentar desajustado. Mesmo assim sopra suas notas num soprar triste
e embriagado. Entre as lágrimas e a dor do coração partido procura refúgio, num
pobre amor pago e distorcido. Sob a fria lua, um desabafo jogado pelas ruas.
Nas ruas dançam as mariposas sem asas, pobres e nuas. Numa noite de estrelas e mágoas, cambaleiam
as criaturas, pisando em distorcidos reflexos de luas, nas cinzentas poças
das ruas.
"Expresso-me em curvas, retas e esquinas, porque sempre volto onde esqueci algo importante, sempre visualizo o horizonte e, sempre tenho um caminho a escolher. Sigo adiante dobrando esquinas ou fazendo uma curva, mas sempre visualizando uma linha reta da vida". by betonicou © In the ones of the brightness of its commentary.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
Mariposas , lobos e ruas. .© Copyright
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