Saia às tardes e, era apenas mais
um vulto. Saia entre os alegres ou entre as pranteadeiras de um sossegado
morto. E era o sol poente a luz
daqueles versos que nos preparam para a noite e sua chegada. A lua que aponta, com suas estrelas de festas
de rojões no céu, celebrando a boemia da frequentada madrugada. Saia no bloco
dos ausentes e a chuva que chegou junto fazia dançar um pouco mais os sempre mais
contentes. Saia sobre as marquises e ao lado das propagandas convincentes
andava sobre as calçadas, entre o sufoco de todas as gentes. Lá estava a dama
de um convento e, era a estrela tão procurada para o meu sufoco. Saia na vida feito alma desgastada e fugia do que ressentia;
fugia de tudo um pouco. Passeie sob nuvens, e um sol todo descontente que
evaporava, de luto pelo findar do dia. Eu vi a esperança no cometa, que de tão servil
levou Clarisse e Maria. Levou e arrastou nas celestes enxurradas todos os
gritos que o silêncio ouviu e assistiu. Pensei num passeio, não tão comumente e, não apenas sair tão dissidente à espera de topar com quem não me viu. Dançar na chuva com o chapéu molhado e torto e me encharcar de tudo um pouco, de tudo que a tarde do escuro se vestiu. Sentei e, no mata borrão desenhei as vias tão
torturadas. Escrevi sob as estrelas as letras tão procuradas e desenhei
lembranças. Moram nas ruas todas as coisas mil! O medicante enclausurado em
seu estado civil com um cão que é seu conforto. O sabe tudo, que de tudo é um
pouco, até um simpático louco. Saia as tardes querendo noite, longe das as
saias da mãe gentil. Saia, de olhar tão torto, que nem vi quem se foi ou, quem
de mim se despediu.
by beto nicou
Arte: le Giorgini