Os passarinhos ainda se
emudecem, pelo beijo que tanto quis e não senti. Não há gorjeios que me
lembrem, ou de sonhar as coisas que ainda não vi. São
testemunhos de meus beijos os outros colibris e, de minha nudez, a sereia ante
o cantar tão natural dos curiosos e convincentes bem- ti- vis.
Ainda me vejo no que me
alegra: as mudas de amor que tanto irriguei, o terno olhar que sempre vi quando passei diante dos olhos e não parei. Às vezes, as canções me alucinam,
pois são as lembranças que tanto cantei. Também são promessas não cumpridas: até
o dizer de amor que não falei.
Nada mais me surpreende ou me compreende, ante este amor que é a minha luz. São eternos os luares dos
românticos lugares que tanto esse amor me conduz. Ainda me aquece o que me
entende: As frestas por onde vejo estrelas, o jardim ardente de flor e, ainda os
portais por onde vejo o amor.
As aves que trazem em
seus bicos as estrelas são as canções que tanto desse amor entendi. São os
cantares, todas as promessas cumpridas, até o ardente beijo que senti. E são as
palavras carregadas dos cálidos desejos, as letras poéticas que te envolvi. São
orvalhos, os doces sons que sempre ouvi.
by betonicou Arte: