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domingo, 29 de dezembro de 2024

Essência©Copyright

 


De
tanto a flora salpicar primaveras,
de brotos na terra, no ventre do meu jardim,
brotou no peito, da única voz, da seiva
à semente adulta,
nascida do não, do chão, do início e do fim.


Tecida
 de vento, esses mesmos que passeiam
 roçando as rochas escuras. Nascida do
peito, de uma vontade singela. Eia!
Na garupa da sorte, a esperança é quem
mais se fecunda.


A
 flora de alguém; quem
não sonha demais? A seiva de alguém; quem nunca sonhou, a
árvore que toca e
alimenta de céus?! De tanto que arde no peito, a fé é que
Sorri, no que a gente procura.


 Terra
 que geme, o morrer, o morrer de medo, sob as
 flores que a gente procura. A flor da fé, a gota da chuva que irriga mares e dobra o tempo. O precipício das folhas outonais, o momento do cair que fecunda.
Da gravidez da terra, dos restos, para o nascer de versos das luzes noturnas.
 
   

Betonicou©

Arte: Monassi
 
Cheguei a tempo para o último texto do ano! Feliz 2025, com muita poesia e seus afins!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Um Novo Horizonte, um Velho Desassossego©Copyright

 


Acordei hoje com uma estranha sensação, como se o vento que soprava pela janela tivesse mudado de direção. Não era mais aquela brisa, tão conhecida e costumeira que acariciava meu rosto, mas um sopro estranho, exótico, vindo de terras de tâmaras e videiras. Tem palmeiras, mas por lá, meu sabiá não canta. Um vento carregado de histórias milenares e promessas de um futuro que, sinceramente, soa como aquelas resoluções de Ano Novo que a gente nunca cumpre, e que cada vez mais parece inalcançável.

O Brasil, nosso gigante adormecido, parece ter acordado com um propósito novo. Virou as costas para o Ocidente, não mais valente, e sim, desorientado, intimidado, tipo aquele amigo que cansou das festas chiques e decidiu que a vibe agora é acampar no quintal do vizinho. Temos novos companheiros, camaradas, juntos, acampados.

Sinto-me como um girassol perdido em um campo de tulipas. Nada de bromélias, begônias ou camélias, e eu aqui, tentando entender onde me encaixo nesse novo jardim que revira a terra em tripas. As estrelas no céu noturno parecem ter mudado de posição, formando constelações desconhecidas que piscam para mim, desafiando-me a desvendar segredos enquanto me perguntam: E aí, tá entendendo alguma coisa?

E assim, enquanto o sol se esconde no horizonte ocidental, um novo amanhecer desponta no Leste. As sombras das ditas rapaduras se misturam com a luz das promessas, criando um jogo de mais duro que mole, que me deixa mais confuso que cego em tiroteio.

Será que estamos prontos para essa nova dança? Ou seremos apenas marionetes em um teatro de sombras, movidos por mãos invisíveis que ditam nosso destino? Porque, vou te contar, o boneco aqui já está meio tonto com tanto puxão, esse arranque de mais vai que vem, pois o bolso também se cansa com esse baque.

A resposta, talvez, esteja nas asas dos pássaros que cruzam o céu, livres e sem fronteiras, lembrando-nos que, no final das contas, somos todos cidadãos do mundo, navegando juntos nesse vasto oceano de incertezas. Às vezes, só queremos encontrar um barquinho para descansar.

Betonicou©

Barbara Kroll & Digital Art, Pattern Design, Illustration 

Nesta postagem resolvi me aventurar na crônica. Chegou a hora de descer do muro e encarar de frente as novas direções

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Poema Quebrado©Copyright

 

A literatura me sufoca. Preciso respirar versos livres. Sem mais, deixo-me questionar as letras que isolam e pesam. Em meio ao emaranhado de letras, busco a poesia na simplicidade. Nos versos simples, encontro a minha voz.

Ao fim do dia, o céu se envolve em palavras noturnas e adormece, aguardando o despertar em brotos de versos. Em minha alma, carrego a profundidade dos oceanos e as intempéries de suas ondas, assim como a serenidade dos lagos, o florescer, o cair e o renascer das folhas.

Bastam as estrelas, o sol e a lua. De mim, apenas o dia que nasce ao abrir dos olhos, e uma alma que acolhe tanto as chuvas quanto a aridez, sem contestar a razão. Na sinfonia da existência, cada nota é um adeus e um novo começo. Vivo e morro a cada instante, em um eterno ciclo de renascimento.

Sou a própria contradição, um ser de luz e sombra, de vida e morte. Em busca da essência, desapego-me do supérfluo. Mesmo que cada um dos meus poemas tivesse mil páginas, ainda assim não seriam suficientes para conter a vastidão dos meus sentimentos.

A pedra nos ensina o silêncio da espera e a arte da contemplação na inércia. De repente, me apaixonei por frases pequenas; miúdas, mas que guardam a vastidão do universo e a essência das suas sutilezas. A frase me completa, numa sentença que constrói meu verso. De verso em verso um universo. Visto-me de neblinas, do vapor presente, das camadas aéreas que sobrevêm sobre os fatos dos meus dias.


 

Betonicou©

Amigos, como prometi, aqui está um poema construído com frases minhas interligadas.

domingo, 3 de novembro de 2024

Caos© Copyright



Acostumei-me, aprendi, sobrevivo
 
 Acostumei-me a escrever coisas não bonitas,
 coisas lindas aos olhares de outros,
 mas carregadas de momentos caóticos.
 O mesmo caos que chora e encanta.
 
 Aprendi
  a tecer lágrimas
 
 em bordados que constroem murais,
 armadilhas de teias que aprisionam.
 
Sorvo
 o belo do feio,

esmagando-o até extrair risos de
 carpideiras
fúnebres.
 
Sobrevivo
 de coisas maturadas,
 
 do desgaste proposital do tempo.
 Das coisas velhas e teimosas.
 Do presente, construtor e destruidor.
 Da esperança que trilha em vias utópicas,
 da fé que sorri engasgos. Do belo que entorpece,
do pássaro ferido que aponta querendo céu.



Betonicou©

Arte-Ewa hauton

Amigos, na próxima postagem farei com algumas de minhas frases; o que acham?




domingo, 20 de outubro de 2024

Reversão© Copyright




Hoje, me desfiz em fios.
Fios de luz, quebrados por
espelhos,
fios de som, silenciados por
abismos,
fios de tempo, perdidos por
relógios.
Hoje, me desfiz em nada.
Um nada feito para esquecer
 horizontes,
E orar ao passado, mesmo divagante.
Um nada de frases vazias, teimosas,
longas e distantes,
que se desfazem também em agulhas
enferrujadas.
Desfiz-me fio de ar, a se soltar
dos galhos podres e quebrados,
fragmentos de árvores mortas,
petrificadas de medo pelo tempo.
Desfiz-me fio de lua, a se apagar
nas frestas fechadas,
de sonhos esquecidos.
Desfiz-me fio de sol, um filete a
esfriar na fenda que lacrava,
mesmo por instantes, o abrir das
ruas.
Essas mesmas ruas, nuas de pedras,
por onde errante,
eu me desfiz em fios ausentes.
 
Hoje, me refiz com outro fio.
Um fio reconstrutor, feito para
recriar realidades,
Um fio feito de memórias teimosas,
e esperanças,
que se refazem nos gestos, nos
beijos e abraços.
Hoje, me refiz em encontro.
Um encontro feito para relembrar
palavras,
um encontro de versos e lembranças
rimadas,
que se refazem nas vozes e nas
melodias roucas.
Hoje, me refiz em poesia.
Uma poesia feita para reinventar de
conversar com o mundo,
Uma poesia de beleza e harmonia,
que se refazem nas formas loucas ou
lúcidas dos sentidos.


"Que a doçura dos poemas continue a inspirar e encantar, como o orvalho que
beija as flores ao amanhecer, trazendo luz e esperança a cada novo dia. Porque,
no fundo, cada poeta é um guardião da beleza e da magia do mundo."


Feliz Dia Internacional do Poeta!

Betonicou©

sábado, 12 de outubro de 2024

Migração© Copyright


Assim, são quando os pássaros voam em
migração,
Cantando alto, pelo pendor do coração,
Navegando nas marés de ventos,
Na viagem sem acenos, dizendo: estou indo, volto não.
 
Sobre a carga que o voo carrega,
Na leveza que as asas liberam,
Na sorte que o Norte acena,
O Sul já não cabe na aérea novena.
 
Sobre as nuvens, pastos encantados para meu
canto:
Sou pássaro esfomeado por estrelas que se
escondem,
No dia amanhecido pelo dormir da noite,
Então, as luzentes se acanham e me iludem.
 
Recolho-me em espírito voante sobre essas nuvens,
Neblinas que me recebem num berço aéreo de ninho
Há quem se encante, do meu leito,
Do meu sossego, deste canto, por
onde eu brando me aporto, e nele me alinho. 


Betonicou©

 

 

“A partida sem retorno é essencial para o voo rumo à nova estação de primavera, enquanto por aqui, neste tempo, despencamos no outono...”

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

A Pedra que Sonhava ser Lua© Copyright

 


Essa é uma história, mas não é uma história qualquer. É um daqueles contos que a gente encontra perdido no fundo do quintal, entre as folhas secas e os cacos de telha, sentado em uma cadeira quebrada. Uma história não se preocupa muito com começo, meio e fim, porque o que importa mesmo é o sentir, a preocupação de saber do espaço.

Havia um pedregulho que sonhava em ser lua. Não que ele fosse infeliz, mesmo sendo uma pedra. É que às vezes ele se pegava olhando para cima, pensando como seria flutuar no céu, fazendo companhia para as estrelas e para as pedras com caudas em movimento.

Numa dessas noites, um grilo, que não era desses de cantarolar serenatas, mas sim de gritar tilintando verdades, encontrou o pedregulho. A pergunta foi inevitável:

– O que você faz aí parado, pedregulho? – perguntou o grilo.

– Eu tô aqui sonhando em ser lua – respondeu o pedregulho, em alta voz silenciosa.

O grilo, que era muito sabido das coisas do chão, porém curioso sobre as coisas do alto, decidiu ajudar o pedregulho.

– Bom, eu não sei muito sobre ser lua, nem ser vaga-lume, mas sei que pra chegar lá em cima, a gente tem que ter leveza; música de plumas ou rendas de vento. Sobre leveza, experimentei apenas nos sonhos que flutuam e nas estrelas que parecem cintilar sentidos.

O grilo iniciou uma contação de histórias para o pedregulho. Histórias de vento, de rio que corre para abraçar e se misturar com o mar. Também contou sobre libélulas narcisistas, visitantes de águas paradas, a se espelhar, e de passarinhos que se despedem do ninho para aprender a arte de voar. Enquanto contava, o pedregulho ia sendo tomado de leveza, dessas que flutuam ferro em nuvens.

E foi assim que o pedregulho virou lua. Não virou uma lua de verdade, daquelas que a gente vê no céu. Virou uma lua de sonho, que só quem tem olhos para ver o invisível consegue enxergar.

E o grilo? Bom, o grilo continuou por aí, gritando suas verdades e ensinando. Afinal, era um chão duro que levava pedras a brincarem de ser pássaros e a sonharem com evolução.


Betonicou©

“Os mistérios da mente são tecidos pela sobrevivência dos sonhos na realidade. A pedra se levanta em lua, e eu, grilo, grito a seres que vagam em trilhas de lumes”.


Amigos, resolvi fazer algo diferente nesta postagem: um conto, no estilo fábula, que é muito do meu gosto. Espero que apreciem!

 

sábado, 24 de agosto de 2024

Eco do Silêncio© Copyright




O eco do silêncio reverencia as
 montanhas,
devolvendo múltiplos silêncios em
resposta. O
Verbo se fez presente, eternizou-se
na formação
das coisas e na aplicação real da
palavra.
 
As estrelas pulsam, afirmam viver
em corpos
infinitos, lumes vagando em bandos
de luzes
pálidas. Afirmo que a partir do
verbo, os
vaga-lumes são faíscas de
estrelas.
 
Os céus convidam a uma noite
eterna, a um
amanhecer sem nuvens, a um dia sem
fim para
as asas noturnas. O verbo disse:  O
infinito é
aquilo que nossa alma sente.
 
No uso simples da palavra, escrevo
na
tenuidade do momento.
Quando a alma pulsa e o coração
levita,
numa vontade imediata de desviar-me
da
responsabilidade cansativa.
Com o verbo apenas brinco, apenas
sinto,
apenas escrevo.
Creio na leveza do verbo e no pouso
dos
pássaros.
 
A sujeição se concretiza em letras
e
sentimentos, eventualmente
confundidos
como frutos de engrenagens frias...
 
Todas essas coisas aéreas, nuvens
carregadas
de sentimentos em ebulição que
evaporamos da
terra. Vez ou outra nuvens alvas,
vez ou outra
nuvens escuras de nossas
propriedades...
 
Logo, o silêncio se veste das
montanhas que
Ecoam, dos luzentes noturnos, no
reflexo do
Grande no minúsculo, e das preces
do verbo que
Entregamos às nuvens.



Betonicou©

Amigos, peço desculpas pela demora. Estive trabalhando no meu livro de poesia, que tem o mesmo título do blog. Fiz a diagramação por conta própria, o que deu bastante trabalho, mas o prefácio e a revisão foram feitos por amigos. Agradeço pela compreensão.




terça-feira, 23 de julho de 2024

Desde o Ventre© Copyright

 



Desde o ventre eu verso, nas entranhas da vida,
início imerso. Palavras brotam como sementes,
vida crescendo em versos, ardentes.
 
No útero da alma, onde a poesia germina,
formam segredos, a dança na retina. E a cada
respirar, no sentir, no falar um novo verso nasce,
brotam como estrelas no céu, no calor de uma
prece.
 
Desde o ventre eu verso, sem medida, pintando
com tinta invisível a prece colorida. E quando o
corpo se tornar pó e cinza, e palavra muda, meus
versos ainda ecoarão, em versos sem fim.
 
Assim, desde o ventre, eu sigo a jornada, Poeta,
sonhador, numa estrada caprichosa, encantada.
Verso a verso, vou tecendo meu destino, na
dança eterna das palavras, nesse eterno tempo
do divino.

Betonicou©


(inspirado no meu poema "Aurora")


sábado, 29 de junho de 2024

A transmutação dos Versos© Copyright

 


A criatividade é cíclica, com momentos de alta
inspiração, modernista, abstrata cubista …
Ao meu gosto, é doce e, ora cítrica.
Às vezes é prazerosa, às vezes cansativa, ora
lírica, ora lúdica.
 
A criatividade é magica, em catarse, em
indutivas, empáticas, telepáticas ondas
agitadas ou plácidas. Ora melancólica, ora cômica.
Um desabrochar de flores únicas, ora pétalas,
ora iônicas.
 
A criatividade é viva, vida intuitiva, correntes
inspiradoras indutivas em aéreas subjetivas.
Ora rima, ora melodia em esgrima.
O desabrochar da coisa que fascina.
Ora alucina, ora declina, ora rosa, cogumelo de
Hiroshima.
 
A criatividade é esperança.
No futuro, a certeza que se planta, no semear,
no desabrochar da semente.
Ora murcha, ora vinga, ora respira, ora suspira.
Ora abre, ora mente.
Mas tudo é o que se sente.
Ora se fecha, ora diz, ora juntos, ora apenas eu,
somente.
 

Betonicou©

Responderei caso for preciso. Gratidão por apreciar meu trabalho!

 

terça-feira, 11 de junho de 2024

Lo-Debar: Reflexões em Versos e Prosas© Copyright

 


Em “Lo-Debar”, lugar revestido da
densidade do musgo,
as sombras se encontram nas
esquinas deste chão.
Os girassóis fracos se inclinam e o
trigo balança,
ante o vento que se faz mudo.
A semente não gera o pão.
 
Busco o caminho das passadas leves.
Eu, um peregrino contemplativo,
em busca de um convite para a mesa,
num gesto afável, benigno, cativo e
genuíno.
 
Nas terras desérticas de Lo-Debar,
as margaridas florescem solitárias
e murchas,
mas há campos de açucenas que de
branco puro se vestem,
e aliviam em dias regados a sopros
de núpcias.
 
Ali, no lugar, encontro paz na
simplicidade do meu andar pensante.
Na minha Lo-Debar, onde aprendo, a
passos tortos e turvos,
a arte desapegada de poder sonhar,
sempre em frente, resiliente
caminhante.
 
Ainda que incerto nesse meu deserto
de reflexão profunda,
minha terra vibra, feroz, mesmo se
calando e estando neste tempo
infecunda.
 
Em açoites, com a força da criação,
quem me convidará à mesa da
fraternidade, aqui, em Lo-Debar?
Oh, em Lo-Debar! Minha busca,
minha terna, eterna e profunda canção.
 
A felicidade é uma cena, indutiva,
mesmo sendo ela em meus sonhares
uma felicidade cativa.
Uma verdade que, tanto assim,
inspira e emotiva.
 
Longe da realidade, na terra e no
 grito do céu,
e tão perto de uma via sacra,
divina,
incrustada está minha Lo-Debar!
Onde a esperança acena, e na
calmaria da janela aberta, toda se
inclina.
 
Cidade das minhas vontades
 turbulentas, aquosas e rochosas,
mas leves, de tão serenas, em
algodão de nuvens macias e
formosas.
 
Em ti, oh, Lo-Debar, encontro
 minhas cenas,
na transformação das notas alvas,
delicadas e melodiosas.
Nas vontades íntimas, singelas e
plenas, cabíveis; não caóticas.



Betonicou©

Decifrem minha inspiração!

Responderei caso for preciso. Gratidão por apreciar meu trabalho

domingo, 2 de junho de 2024

Gaia© Copyright

 



Escrevo sobre a Terra e seus
mistérios.
Escrevo sobre a cigarra que canta,
apreciada pela pedra, a Inação
que observa silenciosa o tecer dos
versos do céu.
 
“Os pássaros cantam o florescer das
Nuvens”.
 
Escrevo em dedos que copiam as
imagens versadas da mente.
A mente que costura sonhos e
Realidades.
Que canta em versos épicos,
e grasna sobre a chibata dos
covardes.
 
Escrevo sobre a flor e o gelo.
Uma desabrocha para a alegria,
o outro é sonho triste que sangra
da alma.
 
Escrevo sobre cães e gatos.
Sobre bichos que latem e outros
noturnos que choram.
 
Escrevo sobre a lágrima que escorre.
E sobre o soluço que se recolhe
nas fronteiras da vida que se escolhe.
 
Escrevo sobre o rio que ruge em
Corredeiras,
e sobre o lago da dança, que se
espelha
para a leveza dos cisnes.
 
Escrevo sobre o tecido do infinito
e o abismo do mar.
 
Sobre a lua que se desmancha
ante o chorar dos lobos e a
a ternura da piedade dos
golfinhos.




“O abismo marinho e as águas
 dos riachos são paletas onde
 a aquarela da lua se dissolve”.

Betonicou©

Responderei caso for preciso. Gratidão por apreciar meu trabalho.

 

 

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Entre o Gosto e o Poema© Copyright

 




 
Teimo em escrever, não importando 
    Quem leia.
 Sou voz que grita no silêncio,
    Sou silêncio refletido na voz do esquecido.
 
Gosto de esparramar versos quentes,
    Como cera derretida em ferro em brasa.
Gosto de escrever a suavidade da brisa,
    No toque do rosto, na pele e pétalas delicadas.
 
Só gosto do vinagre a limpar ferrugens
    De minhas peças musicadas,
Do vinho de um ébrio a levantar emoções
    Estagnadas.
 
Gosto de escrever à pena,
    Numa lembrança elegante, estilosa.
Escrever como carvão no branco,
    Feito uma prece de coisas ressentidas, desgostosas.
 
Gosto do céu que ilumina
    Minhas imaginações certeiras e as equivocadas.
Gosto da terra, onde pouso
    Meu cair de asas desconcertadas.
 
Gosto de diluir-me ao vento.


Betonicou©

Responderei caso for preciso. Gratidão por apreciar meu trabalho. 


sexta-feira, 10 de maio de 2024

Ser©Copyright

 


Escrevo sem responsabilidade.
Absorvo os mestres no ensino da
subjeção.
Oro, agradeço em prece levada pelo
ar,
em naves que transportam o peso do
pesar
e a ternura do alívio.
 
O vento é um amigo fiel,
abranda meu sono na rede
e levanta em balões o que flutua do
ser.
 
Ser da semente, do broto e da flor
que aponta para o céu.
Ser o tecido da vida,
a alma que emerge e nos diz
a respeito das emoções.
 
Ser do ar que nos falta,
do sufoco que nos aflige,
mas antes de tudo,
ser da vontade de cada um viver
e realizar a vivência de todos os
dias.
 

Betonicou©

Responderei caso for preciso. Gratidão por apreciar meu trabalho. 

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Alma Espelhada©Copyright

 



Nas Profundezas do Pensamento
 
Nas profundezas do pensamento é onde me
encontro.
Onde as palavras fluem, numa fonte sagrada
sem fim.
Não são ideias alheias, mas um canto puro, um
eco constante
que grita, o que da alma brota, a inspiração que
vive em mim.
Com fervor bordo versos, e expresso sentimentos,
do ser de todas as idades, que no meu coração
habita.
Cada linha busca alguém para completar os
momentos,
Na esperança, na razão e na emoção de que se
identifique e me visite.
 
No Silêncio da Noite
 
No silêncio das horas, sob o manto da
madrugada,
divago entre estrelas; sombras a dançar.
Desejos ecoam, querendo forte o açoite,
De cada verso, na minha verdade a se revelar.
Sentimentos tecidos em palavras libertas, nada
frágeis
Voam como as andorinhas, sem jamais se
prender.
Lanço ao mundo meu grito, em busca de
respostas cabíveis
Para que alguém, em algum lugar que exista, o
ser
que possa me entender.
 
Jornada de um Poeta
 
Sigo, poeta, com a alma que pela vida foi tecida,
esperando que alguém, em algum verso, me
leia, e aprenda a me descrever.
Na tapeçaria do tempo minha existência é
sempre marcada,
com fios de memórias, sonhos, e as emoções
que me incendeia.
Nas entrelinhas do destino minhas palavras
encontram abrigo.
Tesouros ocultos para os valentes que se
atrevem a buscar.
Versos que sussurram histórias de esperança e
alvoradas,
Na melodia, na dança das letras, minha alma
busca se revelar.
 
Espelho da Alma
 
Na poesia encontro o espelho onde me vejo
reflexo por
Inteiro, sereno, na paz que acalma e descansa.
Deixo que o mundo leia o que componho, afim
de
compreender com desejo:
amor, dor, alegria, o que me faz chorar ou cantar, no
ciclo dos meus dias.
E talvez, em algum verso, alguém se veja
refletido, na narrativa, e nos acasos.
E juntos compartilharemos o que foi tão bem
tecido, nas circunstâncias de todos os casos.

 

Betonicou©


quarta-feira, 20 de março de 2024

Quintalharia©Copyright

 




Conto histórias, de sussurros da
 terra.
Florista dos pequenos atos, no
jardim de ser tão simples.
Artesão das delicadezas, tecendo
 arte no quintal.
Com mãos que moldam o invisível,
e palavras que dançam com o vento.
 
"Quintalharia", conjunto de coisas
velhas, inúteis.
Minha quinquilharia, uso irônico e
divertido.
Arte por prazer, paixão e desafio.
Expressão, minha forma de
 "quintalizar".
Transformo o quintal em arte,
 criatividade e recursos.
 
Dedilho num piano de letras miúdas,
trabalho com cordas, madeira, e
 sons quase surdos.
Quintalharias no peito.
 Experiências ouvidas e assimiladas.
Ensaios concretos, abstratos,
 resgatados do desuso de coisas
velhas.
Quintalharia absurda, de
 lembranças, emergindo de um rio
 imenso de saudades.
 
Sou fruto de coisas úteis e inúteis,
"Quintalharia" sobrevivente nas
 quinquilharias dos dias.

 


Betonicou©

A arte é a expressão da alma que transcende os limites do material. A “quintalharia” é a arte de dar vida e significado ao que parece inútil ou descartável. A “quintalização! é a arte de transformar o espaço em um lugar de criação e inspiração(inventei meu próprio verbo).

Early Childhood Learning | Anna Godeassi Illustration