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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Flores de mármore© Copyright


A rosa me fere, e o sangue aflora, trazendo consigo toda a dor. Vivo em constante carência, descrente do amor. Me vejo como um enigma, sem conexões aparentes, percorrendo caminhos incertos, atônito e perplexo.

As palavras lançadas por bocas sujas me ferem, como farpas afiadas que machucam minha alma. As correntes que me aprisionam são os laços frios do abandono. As lágrimas que derramo são como folhas desgastadas, choros enferrujados de um outono.

Os ares que me ferem cortam minha alma com seu frio. Estou repleto de um desejo ansioso de não chorar por sonhos vazios. Almejar? Me vejo envolto em desejos mundanos! Revolta-me os desejos encarcerados em segredos tolos…

Rosas decoram meu leito de lápide, de mármore frio. Os espinhos ferem meus dedos, fazendo aflorar o vermelho de um líquido viscoso e embriagante, com o rubor dos vinhos. Me vejo no eterno, contemplando meu rosto sereno. Subi aos céus, em balões, fruto de um sonho singelo e pequeno.

Os pesadelos da crueldade das paixões me ferem, assim como os sopros tempestuosos das ilusões. Agora, com o nexo das circunstâncias, vejo meu reflexo nas intolerâncias humanas.

Me firo nas dores. Porém, ainda esperançoso, ofereço à vida um maço de um perfumado buquê de flores.

  


Betonicou©



Um comentário:

  1. ...espeto-me nas dores, as vezes..
    ofereço á vida um buqueê perfumado de flores; Sempre!!!!!!
    Amei!
    Beijo da Sô

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