Versos de paixão são
doces e amargos
Águas que regam a
semente do desejo
Versos de paixão são
fugazes, desejáveis
Chaves para um abismo
vazio, sem beijo
Versos de dor são
audíveis, insanos
Frases soltas, em tom
enganado
Versos de amor são
flores, às vezes
Para os imprudentes,
espinhos cravados
Vejo a dor nesse amor
que busquei
Nas ilusões de um rio
esquecido
Vejo ansiando o amor
nessa dor
Um penoso anseio
escondido
Mas o amor é criança
rindo
Em repetidos refrães
Canta feroz o mórbido
desejo
De amar o vazio sem
encantos
Versos de prantos por
amar na loucura
De querer ser amado
Versos de dor por
chorar o vazio
Insano, abandonado
O que vem a ser o
gostar
Se o espaço é vazio
demais?
O que será do espaço
vazio
Se o amar é pleno
demais?
Ecoam nos ares os
cantores
Amores possíveis
Esquecem-se nas dores,
nas ilusões
Desprezíveis
Mas o amor se perde nos
versos
Lançados ao ar da
decadência
Mas a dor se perde
quando se encontra
No amor pura inocência
E entoam seus versos os
trovadores
Que amaram demais
E derramam seus venenos
os boêmios
Que alegram e
destilaram
O veneno da paixão e
não amaram jamais
Versos de dor são
frutos
Da vazia desconfiança
Versos de amor são
palavras
Brincadeiras puras de
criança
Relembro a dor de amar
Retenho o dom de sonhar
De gostar
De preencher o vazio
Com o gostar de sonhar
Versos de amor são
eruditos
Sentimentos luminosos
Versos de amor são
lembranças
Para os benditos
Para sempre jogados ao
ar
Este ar que respira
Este meu gostar de amar
De sonhar
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