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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Versos antagônicos© Copyright



Versos de paixão são doces e amargos
Águas que regam a semente do desejo
Versos de paixão são fugazes, desejáveis
Chaves para um abismo vazio, sem beijo
 
Versos de dor são audíveis, insanos
Frases soltas, em tom enganado
Versos de amor são flores, às vezes
Para os imprudentes, espinhos cravados
 
Vejo a dor nesse amor que busquei
Nas ilusões de um rio esquecido
Vejo ansiando o amor nessa dor
Um penoso anseio escondido
 
Mas o amor é criança rindo
Em repetidos refrães
Canta feroz o mórbido desejo
De amar o vazio sem encantos
 
Versos de prantos por amar na loucura
De querer ser amado
Versos de dor por chorar o vazio
Insano, abandonado
 
O que vem a ser o gostar
Se o espaço é vazio demais?
O que será do espaço vazio
Se o amar é pleno demais?
 
Ecoam nos ares os cantores
Amores possíveis
Esquecem-se nas dores, nas ilusões
Desprezíveis
 
Mas o amor se perde nos versos
Lançados ao ar da decadência
Mas a dor se perde quando se encontra
No amor pura inocência
 
E entoam seus versos os trovadores
Que amaram demais
E derramam seus venenos os boêmios
Que alegram e destilaram
O veneno da paixão e não amaram jamais
 
Versos de dor são frutos
Da vazia desconfiança
Versos de amor são palavras
Brincadeiras puras de criança
 
Relembro a dor de amar
Retenho o dom de sonhar
De gostar
De preencher o vazio
Com o gostar de sonhar
 
Versos de amor são eruditos
Sentimentos luminosos
Versos de amor são lembranças
Para os benditos
Para sempre jogados ao ar
 
Este ar que respira
Este meu gostar de amar
De sonhar



Betonicou©

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