Quero as chaves de um
apartamento, pois quero guardar umas tranqueiras esquisitas. Quero um canto
para cantar E ouvir as saudades remexidas.
Uma janela para atirar emoções…
olhar o céu e observar as multidões enlouquecidas. Quero um cômodo de um
barracão. Quero um samba, um rock do Raul ao violão.
Quero ouvir de novo na vitrola O
vinil todo arranhado, mas que ainda toca as canções de um ser enamorado.
Quero as chaves de um quartinho
de pensão, com Luz neon. Quero ouvir, no jukebox, um vinil do Milton, e nas
paredes poder ler, um poema gravitacional de Newton.
Quero as chaves de corações
bagunçados, pois quero varrer as amarguras E abraçar esses sentimentos
assustados. Quero noites iludidas, pelas canções de ritmos acelerados.
Uma balada, um furacão E talvez,
as chaves de um bar, um copo de cuba libre, com fatias de limão. Quero guardar
num armário, todas as tolas feridas. Quero ouvir e dançar num baile E viver
esse desatino das noites perdidas.
Quero as chaves de um convento,
Da ordem das carmelitas E enclausurar-me em uma das celas Ouvindo do Gregório,
uma dessas músicas sacras benditas.
Quero ouvir as canções, dessas rádios
eruditas. E quero um jardim de flores coloridas, rodeado de pedras ametistas.
Quero as chaves de um lugar
secreto, para esconder-me, todo por completo… não quero os sussurros das
multidões! De toda poesia da canção poder estar repleto. Não quero acordes negros! E quero teclar a
melodia nos acordeões!
Quero correr, nessa pista dos
equilibrados. Não quero mais sofrer, na tosca corrida dos desajustados. Quero
as chaves de um quarto, um cigarro e um Trago barato de Bourbon. Quero ouvir a
poesia lírica Das “Águas de março” do Tom! Quero estar sentado em uma varanda
de pensão ouvindo as buzinas, de tônicas estridentes! Ouvir, ao fundo daquela
vitrola, as melodias dos sonhos latentes. Ouvir a canção dos amantes diurnos, e
chorar a emoção, dos noturnos inconsequentes.
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