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terça-feira, 11 de junho de 2024

Lo-Debar: Reflexões em Versos e Prosas© Copyright

 


Em “Lo-Debar”, lugar revestido da
densidade do musgo,
as sombras se encontram nas
esquinas deste chão.
Os girassóis fracos se inclinam e o
trigo balança,
ante o vento que se faz mudo.
A semente não gera o pão.
 
Busco o caminho das passadas leves.
Eu, um peregrino contemplativo,
em busca de um convite para a mesa,
num gesto afável, benigno, cativo e
genuíno.
 
Nas terras desérticas de Lo-Debar,
as margaridas florescem solitárias
e murchas,
mas há campos de açucenas que de
branco puro se vestem,
e aliviam em dias regados a sopros
de núpcias.
 
Ali, no lugar, encontro paz na
simplicidade do meu andar pensante.
Na minha Lo-Debar, onde aprendo, a
passos tortos e turvos,
a arte desapegada de poder sonhar,
sempre em frente, resiliente
caminhante.
 
Ainda que incerto nesse meu deserto
de reflexão profunda,
minha terra vibra, feroz, mesmo se
calando e estando neste tempo
infecunda.
 
Em açoites, com a força da criação,
quem me convidará à mesa da
fraternidade, aqui, em Lo-Debar?
Oh, em Lo-Debar! Minha busca,
minha terna, eterna e profunda canção.
 
A felicidade é uma cena, indutiva,
mesmo sendo ela em meus sonhares
uma felicidade cativa.
Uma verdade que, tanto assim,
inspira e emotiva.
 
Longe da realidade, na terra e no
 grito do céu,
e tão perto de uma via sacra,
divina,
incrustada está minha Lo-Debar!
Onde a esperança acena, e na
calmaria da janela aberta, toda se
inclina.
 
Cidade das minhas vontades
 turbulentas, aquosas e rochosas,
mas leves, de tão serenas, em
algodão de nuvens macias e
formosas.
 
Em ti, oh, Lo-Debar, encontro
 minhas cenas,
na transformação das notas alvas,
delicadas e melodiosas.
Nas vontades íntimas, singelas e
plenas, cabíveis; não caóticas.



Betonicou©

Decifrem minha inspiração!

Responderei caso for preciso. Gratidão por apreciar meu trabalho