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segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Contrastes© Copyright

 


Ser poeta é viver entre contrastes.
Entre o vento e a porta, a tampa
e a garrafa, a água e a represa,
 os versos e as palavras aos ventos.
Brinca-se de esmurrar o vento e
navegar nas nuvens. Ouço o canto
 do curió e vejo o voo soberano do
 condor.
Um canta a vida, outro a morte.
Um voa livre, outro à sorte. Um
 tem a pluma, outro a pele. Um tem
a voz, outro o silêncio.
Mas ambos são asas do céu, que
 enfeitam o mundo com suas cores,
que ensinam o valor da
 diversidade, que inspiram a arte
da poesia.
 
E quando se é sol e lua, dia e
 noite, luz e sombra, amor e dor
no coração.
Despede-se do sol que se põe e
 abraça a lua que se ergue. Sinto
o calor do seu amor e o frio da
 sua ausência.
Um brilha a vida, outro a morte.
Um ilumina o caminho, outro o
 destino. Um tem o fogo, outro a
prata. Um tem a voz, outro o eco.
Mas ambos são astros do céu, que
 regem o mundo com seus ciclos,
 que mostram o sentido da saudade,
que revelam a beleza da poesia do
 infinito.
 
E quando se é flor e espinho,
 perfume e dor, beleza e ferida,
 paixão e desilusão.
Agradece-se à flor que se abre e
 aceita-se o espinho que se crava.
 Sinto o aroma do seu carinho e a
ponta da sua partida.
Uma exala a vida, outra a morte.
Uma enfeita o jardim, outra o
corte. Uma tem a pétala, outra a
agulha. Uma tem o mel, outro o
 fel.
Mas ambas são dons da natureza,
que encantam o mundo com suas
formas, que ensinam o valor da
delicadeza, que inspiram a arte
da poesia das rosas.


Betonicou©