Páginas

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Minha razão humana © Copyright

                                                                                   


Meu refúgio, meu subúrbio,
dimensão, onde sei existir.
Eu existo onde inexisto.
Espaço vazio é meu cabaré.
Sou circo de cenas
num palco de rir do mundo.
sou gritante de tão calado,
sou um raso rio profundo.
Sou longe de tão perto,
sou poça de submergir.
Sou a pele que se mostra,
sou interior de emergir.
Às vezes, sou homem trancado,
na exclusividade do meu mundo.
O que prendo deixo solto.
O que me vale, o que não calo:
deixo claro, grito mudo.
Céu e precipício são sentidos.
O que me socorre e me arrasta
tem o próprio tempo.
Meu espirito, nas águas mornas,
de conforto se entorna.
Deixo claro, que essa vida,
é meu próprio templo.


By betonicou

Arte : Justyna Kopania