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sábado, 19 de dezembro de 2020

Dançarinas © Copyright

 

Perto é a distância de ser

aquele breve momento.

No beijo fresco bailar

sem ter lamentos.

Na valsa há curvas,

acima um céu que a

tudo envolve.

 

Estrelas, dançarinas

Frenéticas

na impaciência,

desabam em chuvas;

agitadas ondas

comoventes.

 

Há um soltar num agitar

de corpos entregues,

não dormentes,

num tatear de desejos

dentro de uma noite nua,

onde não há lua;

apenas um dançar, tão certo,

num passeio de beijos

tão vertentes.

 

Perto é esse rumo,

por onde passeio,

a tatear um céu, um

 jardim de templo.

Um versar num valsar,

um beijar comovido de alento;

tocar a pele úmida,

são os versos que sei dizer.

 

Dançam as dançarinas,

umedecidas em beijos

eloquentes.

Musas silenciosas a

se tocarem em versos

consequentes,

num valsar de rua,

de beijos na boca nua.

 

estrelas, luas, a se tocarem

estridentes.

Mariposa a dançar em

desejos de beijos,

comigo: beija-flor. 


By betonicou

Arte:  Ines Honf

Responderei caso for  necessário. 

 

 

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Memórias © Copyright

 


Penso na menina de tranças,

com suas sardas feito flores pálidas.

Penso solto, nas lembranças, que

vagueiam nas nuvens,

feito emoções sempre cálidas.

 

Vejo de minhas janelas, os acenos,

fruto das emoções gasosas.

Apego-me nas brisas que se foram e,

minhas narinas, ainda sentem o

perfume das flores melindrosas.

 

Sinto   calafrios na pele,

mas não são de frio de palavras,

de sentimentos gélidos.

Sinto arrepios na alma,

pelas saudosas pegadas ,nuas e singelas,

porém, não fora dos decoros válidos.

 

 Penso na moça, sempre realçada,

no andar das rotas de minhas internas

 vias não alteradas.

 

 Vejo-me reescrevendo com as linhas

dos olhares, nas curvas, que as vezes,

por elas passeei, tão lindas e delicadas.

 

As flores violetas enfeitam de roxo

o óbito de algumas cenas passadas.

 

Lá estão as flores branca, acenando

ao vento, a todo tempo.

 Sorrisos atenuantes, à saudade,

até então, amargurada.

 

Essas, são ruas, presas aos delírios,

que divagam em minhas vãs e

pesadas passadas.

 

Meus pensamentos se turvam. 

De minha boca saem  palavras,

sem som, de minhas ansiedades caladas.

É o silêncio, o grito, ecoado, de minhas

internas vozes   refugiadas.

 

São das minhas retinas as cenas

da moça decorosa.

São dos meus olhares, a vista da

Saudade, escondida e, silenciosa.

 


By betonicou

Arte: Sergey Smirnov - Armandine Jacquemet Soares


Responderei caso for necessário. 


 

 

 

 

 

 

           

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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Paz flutuante© Copyright




Uma nau de vento é que
preciso,
asas de passarinhos
em ninho de primavera,
paz acenada em vez de ida
que se desespera,
pois é a vida passageira;
uma brisa leve, viajada
do paraíso.
 
É a direção a um destino,
um voo de delírio que
se precipita,
dois pés aventureiros
sobre essa estrada;
vida de passeio estreito; uma
jornada.
 
Viagem longa, passageira,
tem jardins e seus espinhos,
mas tem lírios, tem abraços
de gente que espera.
 
Vida de lua, arruaceira,
braços que se agarram,
num passar de tempo,
de uma manhã antes
estrangeira;
repete-se o brilho,
num círculo de vícios
temporais.
Fazem-se as fases, subidas
e declínios,
imaginações ou cenas
tão reais.
 
Árvore solta da castanheira,
longe do souto, da paz
companheira,
entre as guerras das estações
das sortes.
Dedo que aponta o infinito
Querer uma paz ao grito;
voz que pranteia à vida
ao invés da morte.
 
Vida requer os ares mansos.
As rosas tem seus agulhões.
A humanidade têm seus anjos e
suas feras.
 Espinho que dilacera e, pétala de flor
que voa; uma paz ao vento. 

By betonicou

Arte: Evangelina Pietro LopES

Responderei caso for preciso. 

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Intenções © Copyright

 

Meus pés andam pelos
caminhos do mundo.
A inercia, vaga e divaga, solta,
a impulsionar.
Queda louca é ribanceira,
quintal de doido é precipício.
Se amor pago me faz bandido:
vento solto é temporal.
 
Estendo as mãos para pegar a luz.
Desprender do vício do lençol
reduz a santo todo amor desprendido?
 
Devo pegar a vela; trêmula luz do juízo.
Tentativa de fazer sentido.
Amor barato é trama traiçoeira.
Estender a bandeira é pura cena.
Paz acanhada é sorrateira luz;
razão do meu vício.
 
De juiz vou a réu. De meu leito vou ao léu,
sem ações, mesmo que traiçoeiras.
Quero mesmo a paz inteira.
Ver estrelas sem apagar a luz.
Aprender, na tarde passageira, que a
noite traz surpresas, não certezas
a aparecer no céu.
 
Quero o sentido da luz que cai,
tentativa de beijar a terra,
poesia a se fundir com ar.
Não ser cadente que risca o céu.
Não apenas um precipitar no vazio.
Um vento de luz ,solta, entre delírios.
 
Ser poeira: que seja! Se o sentido
é se misturar, fazer parte do ser, de tudo.
Que seja trama passageira
esse eterno ato do findar da luz.

 

 


By betonicou- Arte: Oswaldo Guayasamin

Responderei caso for necessário.  

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Cenas ©Copyright

                                                                                  


Plantei na vespertina,
Sombra muito prática.
Enterrei mudas da flor,
Que é mais formosa.
 
Vi renovo de esperança,
Nas ruas, nas noites gélidas.
Eduquei-me na criança,
Descalça na calçada.
 
O sol vem na manhã de lua,
Feita tarde, tão forçada.
Eu sei que tudo é jeito,
Para cenas sempre válidas.
 
A noite vem, toda cheia,
De românticas cenas cálidas.
Plantei brotos de tempo,
Sutis, nas derrocadas.
 
Manhã brota de lua; feita
Filha das madrugadas.
Manhãzinha, tão festeira,
Feito broto de dois amantes.

Betonicou© 

 

Arte: Raquel Días Reguera &Anna Surgan on Behance

Responderei caso for  necessário.  

 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Minha razão humana © Copyright

                                                                                   


Meu refúgio, meu subúrbio,
dimensão, onde sei existir.
Eu existo onde inexisto.
Espaço vazio é meu cabaré.
Sou circo de cenas
num palco de rir do mundo.
sou gritante de tão calado,
sou um raso rio profundo.
Sou longe de tão perto,
sou poça de submergir.
Sou a pele que se mostra,
sou interior de emergir.
Às vezes, sou homem trancado,
na exclusividade do meu mundo.
O que prendo deixo solto.
O que me vale, o que não calo:
deixo claro, grito mudo.
Céu e precipício são sentidos.
O que me socorre e me arrasta
tem o próprio tempo.
Meu espirito, nas águas mornas,
de conforto se entorna.
Deixo claro, que essa vida,
é meu próprio templo.


By betonicou

Arte : Justyna Kopania

                                                                                                                           

domingo, 2 de agosto de 2020

Teimosia © Copyright



Sou pássaro das estações.
Sou festeiro, porém, nesse
breve tempo, sou ares
em desalinhos.
 
Sou asas de lua, sol de brilhos.
Nesse momento torto
sou asas de murmurinhos.
Sou vento que voa a estratosfera,
longe de tudo, da minha terra.
 
Que saudade da paz imensa,
dos abraços, dos toques,
das flores sem seus espinhos.
 
Sentimentos guardo:
sou celeiro de grãos,
dos frutos e dos vários
sabores de vinhos.
 
Imagino em pensamentos
burburinhos; saudoso da
liberdade, da paz singela.
 
Há choro! Confessar preciso,
pois escrevo aqui a saudade
de uma vida longe desta cela.
 
Grão de poeira, mistério solto
nas estradas.
Não há luz que faça ver
o que faz sofrer a alma andante
nesta vida que é caminhada.
 
Canção se fez choro, pífaro se
fez torto para gorjeios não
musicados.
Ainda sou leve sem rodeios,
mesmo que anseios me levem
em ventos tão conturbados.
 
A voz que trago, de uma confiança
retornada aos primeiros voos,
longe do ninho, faz-me asas trêmulas,
porém, ainda luto, o voo de
rumo de passarinho.
 
A paz que anseio: é vida,
na estação de primavera.

 

By betonicou 

Arte:printmaker Kerry Buck & Manuela Adreani


segunda-feira, 25 de maio de 2020

Solitate © Copyright

Sorrindo caminhei.
Na valsa nova flutuei
e levei de balsa o carinho.
De menino travesso a rei.
Um rei sem reino, eu sei;
minha estrada bamba feita de corda de linho.
 
Escadas para o céu subi
e de nuvens fracas despenquei.
Quando para a esplanada olhei,
uma certeza sempre terei,
a de que: lá, nunca fazer meu ninho.
 
Eu refleti quando na areia branca desenhei:
que onda de mar lavou meus sentidos...
Eu santo caminhei,
junto aos pecados descobri,
que: rosa, sempre será a lança em meus conflitos.
 
Tanto faz: a saudade do que senti e passei,
a liberdade que tanto guerreei
e fiquei iludido se não terei direito a prosas.
Versos, que enfim, escreverei:
sobre amar e prantos.
 
Bem sei que menino da inocência é rei.
Reino, que se traz, sem ruir.
Parque de sonhos que se desenha em sorrisos de criança.
Tais coisas, sempre, serão as joias mais preciosas.
Imaginárias asas da infância,
que sempre traçaram os caminhos.
Canteiros, onde sempre escondi meus mimos.
Hoje: flores de uma saudade intensa.



Betonicou©
Arte: Sam Hyuen Kim & Lucy Campbell



segunda-feira, 18 de maio de 2020

Sutilezas© Copyright


Ah, não me negues voz para canção,
uma flor que enfeita a primavera,
uma paz que torna a alma singela,
luz que aponta, mesmo que o tremular
manso da luz de vela.
 
Não me negues o canto da sereia,
o amor de um instante,
a flor que se solta ao vento,
descanso para meu espírito caminhante,
mesmo que em ventanias.
 
Se desejo as brisas mansas:
não me negues um brilho solto sobre a terra.
Se soltas solta em meus delírios.
Se cantas lírios, eu grito de quem preciso:
és tu a luz do meu destino,
minha estrada ou meu risco.
 
Vai ver que fostes feita das estrelas;
eu poeira me apego fascinante em teu brilho.
Vais ver que és mundo, bem acima desta esfera.
Não me negues noites tão festeiras,
uma dança de lua, o teu fascínio.
 
Não me negues flor de paraíso,
pois se negas amor é teu declínio.
Não me negues a pauta da canção,
a voz, o riso; nesta dança seja o ritmo.
 
Sejas silêncio que sufoca o grito,
beijo quente que preciso,
amor de flor do meu jardim das aquarelas.


By betonicou
Arte: by Yuri Matsik


sexta-feira, 17 de abril de 2020

Amor de morena © Copyright

Se te faz serena neste ar de deusa morena, o que é o céu, senão o jardim do teu amor? Se voas calma, o que me importa senão meu pousar feito beija-flor.  Nas calmarias vais me levar em ventos muito fortes. Beijando sul e norte, levitando, polinizando na maciez confortável deste amor. És nave a me levar aos astros no infinito.  Sou passarinho mudo e não grito, apenas beijo; essa é a minha terna e desapegada emoção. Se serenas flor nessa terra dos meus desejos: beijo como for. Se és mar de remar num vento de emoções: a vida é vento norte e eu, vela, me encho solto. A vida é ar que se esvai e eu, leve, levito sorte, sem tempestuosas sensações. 

By betonicou


Arte: Faiza Maghni & Didier Lourenço