Onde está minha inocência? Quero
a esperança!
Não me deixe sozinho! Não me tire
a confiança!
Hoje ouvi uma voz que me chamou
de dentro;
Saí correndo, me refiz, voltei
sorrindo ao centro.
Lá encontrei minha lembrança e
descobri, bem ali,
A esperança que eu perdi.
Hoje prendi toda a saudade,
peguei os brinquedos
De quando era criança. Eram os
piões que giravam
Pela força dos cordões. Era a
ciranda que rodava
E fazia brotar sorrisos da força
dos meus tendões.
Hoje me desfiz do desassossego,
descartei os segredos
Na estrada dos ventos. E veio um
brilho de vida
Para dentro das janelas. Os meus
olhos se abriram
Para viver os momentos.
Despertei num berço embalado
pelas brisas,
E procurei um sonho meio
acordado. E conversava
Devagar, para não pesar as
palavras suaves
Do meu pensamento.
Colhi um buquê de flores para os
túmulos
Das minhas lembranças. Despertei
nas águas doces
Da minha inocência nua dos tempos
de infância.
Mas ouvi com saudade as canções
solitárias
E externas do meu mundo. E revivi
todo o passado,
Alegre ou triste, mesmo que por
um segundo.
Mergulhei bem fundo, para ver se
achava as cores
Do nosso lençol. Aquelas cores
que iluminavam
Cada um, com seu sorriso
brilhante de girassol.
Porém encontrei uma fonte de
lágrimas salgadas.
Águas cinzas que refletiam a lua
fria dos nossos
Corpos quase mortos em formol.
Despertei-me por dentro! Acordei
bem nesse momento!
A minha criança acenou e me
puxou para trás,
Ao meu epicentro, ao meu
verdadeiro espaço.
Onde está minha inocência? Quero
a esperança!
Não me deixe sozinho! Não me tire
a confiança!
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Amigo, que bom, você voltou com a alma transparente, a nos mostrar lembranças de um passado inesquecível e que faz morada no âmago do seu ser...
ResponderExcluirMuito bom, Betonicou!
Beijos!