Quero navegar por este corpo, feito uma nau embriagada, e quero
equilibrar-me por essas ondas, feito causa quase naufragada. Quero Levantar
minhas velas, para ver se navego mais perto. Quero pegar um Vento forte, até
chegar às tuas praias de surpresa; todo descoberto. Quero Ver a tua roupa no
varal, toda pendurada; quero te ver miragem. E ao Ver-te toda nua, feita de
ondas embriagantes, quero criar coragem. Agora Bateu forte o desespero, nesta
vontade de total destempero. E cá estou, nessa minha nau quase naufragada,
neste teu tolo exagero. Quero mesmo É aportar de novo, fazer um chamego doce,
com toda a minha malandragem. Quero beijar a tua boca, sem o ácido dos beijos
loucos; que é para fazer triagem. Quero o veneno dos teus cabelos, que
entorpecem os meus sentidos, de desespero. Quero dançar a dança deste teu
corpo, ter passos embriagados de tantos exageros. Quero não me lembrar das
causas recentes, de tudo que falamos, ou o que a gente viu. Ou dos rumores
descrentes. E quando a gente percebe alguém já partiu. Partiu para um mar dessa
vida, sem volta, ou destino de onde parar. O que eu quero mesmo, é brincar de
esconde-esconde, mas sempre deixando-te me encontrar. E a Gente vai navegando
nas ondas mansas, ou de tão apavoradas, que nunca a gente viu! Mas partimos com
o barco todo cheio de tudo, que a gente fez, e sentiu. E esse mar que me
abraça. Fazendo não querer mais aportar. Mas eu quero Mesmo, é a vida da terra.
Quero a tua praia mansa. Para de tudo enfim poder descansar, e brincar…
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Brincando de esconde esconde e deixando você me encontrar.
ResponderExcluirBelíssimo poema como poucos que vejo querido amigo! Como escreves bem e ainda mais com toda essa sensualidade! Uauuu! Me embriaguei!
Beijo enorme nesse lindo coração.