Estamos todos sós! E também as matas e os curiós.
Somos brisas, tão perdidas nos caminhos e o que nos resta são os traços desse
desassossego… há fumaça onde eu moro e não há fogo sob o cozido, mas há calor
na morada da paz e cada um, num canto, canta o que não está de tudo perdido…
Estamos tristonhos de dó, porém
o sentimento é um só… estamos tão sentidos no desalento… tiram-nos a paz e
roubam-nos o nosso sustento… vejam as matas, onde nascem nossos ribeiros. Somos
ribeirinhos, de todas as casas; Filhos dos mesmos canteiros! Entoamos os mesmos
cânticos de piedade… E a temporada das queimadas que matam em nossos quintais
abriram-se… queimam sem dó, os nossos celeiros.
É um sonho de dó, esse que
acompanha nossos a sós… feito um sonho desaparecido… Feito as Marias fumaças
que trilhavam lindas, num vagar bem ligeiro. Ainda matam nossas matas, secam
nossas lágrimas e encurtam nossas cachoeiras; fazendo do árido, o triste
roteiro… Nossos sentimentos e nossos sonhos são podados por inteiro… somos as
flores secas, dos antes lindos campos de girassóis! E o que nasce e envermelha
os nossos olhos, é um choro molhado pelo azedo, tosco e negro nevoeiro.
Há uma febre, e essa não passa…
há delírios de esperança nos terreiros! Pois ainda temos a certeza de que o "sofreu" canta e gorjeia; o que todos sofremos… E os nossos sonhos são
verdadeiros! É essa esperança que nos mata de saudades, nessas nossas
trincheiras… E ainda fazem frios, os nossos lençóis e queimam nossos pendões,
por suas próprias e negras bandeiras! Porém, ainda nasce a água clara e doce
ribeira. É a consciência que brilha em todos nós, no azul de nossa verdadeira
fé estradeira… pois somos, todos molhados e regados, pela imponente, pura e
sagrada natureza brasileira.
Em
meio ao silêncio da vastidão, Onde a fé e a esperança se encontram, Caminho na
trilha da canção, “Romaria”, que em meu coração se encantam.
Vejo a lua, a iluminar a
estrada, ouço o vento, a sussurrar segredos, sinto a terra, sob meus pés
descalços, E o céu acima, repleto de enredos.
A cada passo, uma prece
silenciosa, A cada suspiro, um desejo profundo, na romaria da vida, tão
misteriosa, busco respostas no mundo.
Inspirado na melodia suave, de Renato Teixeira, tão amada, escrevo este poema, como uma chave, para a jornada da alma, iluminada.
Excelente! Sempre com esmero quando escreve. Meus parabéns!
ResponderExcluirAdalberto,
ResponderExcluira qualidade de sua produção literária acontece, porque você escreve com a alma e penetra os recônditos do coração dos leitores. Impossível ler os seus textos e não ficar sensibilizado.
Viu, meu amigo? Aos poucos, vou fazendo as visitas.
ResponderExcluirLuiz você por aqui grande amigo ! Agradeço sua ilustre presença grande professor ! Acho muito bom deixar a alma escolher os caminhos por onde a escrita deve desbravar ... Abraçosssss
ExcluirQuerido amigo, você desnudou a alma de todos nós e descreveu os nossos sentimentos. Mas, foi bom perceber, que no final há uma esperança de tempos melhores. Quem viver, verá!
ResponderExcluirBetonicou, grande beijo!!!
Bom dia Beto.
ResponderExcluirUm belo poema, escrito com os sentimentos da alma em busca de temos melhores, sempre devemos preservar a esperança, um lindo final de semana
Beijos.
Olá Beto, caro amigo poeta!
ResponderExcluirBoa noite!
Muito bonita essa duas imagens. Casou tão bem com o texto, o qual foi escrito lindamente. Falaste tão bem sobre a condição e o sentimento do nosso povo. Finalizou perfeitamente...
Isso é o que ainda nos move... Fé e esperança!
Teus escritos é de encher os olhos, difícil ler seus escritos e não emocionar. A qualidade dos textos faz-me enxergar a beleza da sua alma. Tu és poeta de alma e coração!
Beijos e um punhado de sorriso.
Um ótimo final de semana!
Bom dia Beto.
ResponderExcluirVim hoje lhe desejar uma prospera semana e feliz més de setembro. Beijos.
Lindo texto...Estamos... as vezes á deriva poeta. Feliz setembro, bjks da Sô
ResponderExcluirMais uma vez, dando o ar da graça! Bom, muito bom estar aqui e respirar um pouco de poesia, porquanto ela nos faz bem, cria em nós outros universos e nos transporta a contextos diversos que nos permite possibilidades diversificadas de leituras e releituras.
ResponderExcluirRelendo esse seu poema, tiro as seguintes conclusões: todo ser humano é um eterno solitário e é neste momento de solidão que ele trava uma luta no seu próprio eu, porque acontece a reflexão e uma tomada de consciência de tudo aquilo que está ao seu redor.
ResponderExcluirNa verdade não houve luta nenhuma Luiz ... Houve sim um belo momento reflexivo ouvindo uma bela musica regional . gosto de ouvir musica enquanto escrevo, e às vezes amigo nem sei qual o tema que vou escrever; Simplesmente me deixo levar e deixo a alma e o coração fazer o resto ...Então não houve solidão , e sim interação com tudo e com todos ...Mas poesia e' assim mesmo, tipo um quadro abstrato onde todos são livres para interpreta-lo ...Um grande abraço e muito feliz com a sua presença por aqui ok
ExcluirAcontece que transcendo quando leio poesia e me transporto para um universo metafísico, detenho-me sempre nas entrelinhas.
ResponderExcluirRealmente profundas palavras meu amigo!
ResponderExcluirBrasil, nossa terra, nossa raíz!
Puro sentimento, isso que chamo de vida em palavras!
Beijos e já estando de blog novo.
QUE SAUDOSAS SE NOS TORNARAM AS MATAS E AS CACHOEIRAS...UMA ODE À DESTRUIÇÃO DE NOSSOS RIOS, CACHOEIRAS E MATAS.... MAIS UMA VEZ, FALA O CORAÇÃO NATIVO DE ADALBERTO BETANICOU, E EU RECOMENDO ATENTA LEITURA!!!
ResponderExcluirMeu tão querido amigo poeta Beto, não tem como não lhe agradecer pelo carinho em meu cantinho, como já comentei aqui, venho agradecer e dizer que fiquei muito feliz e é uma honra para mim um poeta como você ter apreciando meu Sintonizando Palavras. Seja sempre muito bem-vindo...
ResponderExcluirBeijos no seu coração lindo.
OI BETONICOU!
ResponderExcluirUM ALERTA, UM DESABAFO, UMA DENÚNCIA...
LINDO DEMAIS AMIGO.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/