Cada
palavra pode se tornar um choro, um riso, um verso Feliz ou uma blasfêmia
contra aquilo que sentimos. Às vezes, o amor pode ser como se atirar no vazio,
Feito um Quasímodo, que ama às escondidas.
Cada
passo pode ser uma escolha, entre ser ou não ser, Entre sentir, ou carregar o
peso dos desejos. A cada momento podemos nos ver nas mãos das carícias falsas, podemos
ter um sorriso alegre, mas, no fundo, descontente.
Podemos
ter amores inconsequentes, podemos ter um coração vazio que se deixa encher de
paixão, podemos ter momentos de desilusão. E sabemos que não há ar onde existe
o vácuo E ficar sem ar no vácuo da decepção. De veneno nada dei, nada ofereci.
Sinto
que meu reflexo reflete A imagem errada, num espelho distorcido por uma carente
imprudência. Às vezes, nos sentimos assim, sem teto. Mas, por outro lado, seria
bom não esperarmos nada. Com apenas um cão como companhia, e um travesseiro
velho.
Um
dia sair de debaixo da marquise para ganharmos o mundo. Às vezes, nos
refugiamos num mundo onde a realidade é um sonho. E o sonho vaga pelos caminhos
impossíveis. E nos refugiamos nas ilustrações da vida onde as imagens são
forjadas pelos desejos. E acordamos nas ruínas de um pesadelo. E o pesadelo
termina num sonho de realidade. E a realidade é um sonho, o de almejar a
felicidade.
Temos
um céu para voar, mas alçamos voo em asas de cera. O que precisamos mesmo é um
teto de marquise para nos esconder da chuva e assobiar uma canção. Dormir, e um
cão como ouvinte, para ouvir os aplausos do teatro de nossas vidas.
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