Contemplo os corações dilacerados e as águas
estagnadas da alma. Vejo os mundos embaçados de uma vida sem a brisa da calma.
Choro as tristezas da amargura alheia, fito os olhos vazios. Nos semblantes que
o pranto rodeia.
Uma flor que murcha ao fétido cheiro de latrinas. Um
luar sem poesia, um negro sol de tortuosas esquinas. Há caminhos que levam aos
abismos profundos. Choro pelas lágrimas escuras de uns vivos mortos,
moribundos.
Os tons da linda melodia ferem os ouvidos surdos como
chiados. Cruciantes, a explosão dos sentidos, agora são torturas incessantes.
Os olhares que saltam de embaçadas retinas sofrem na visão. Sem alma, sem cor,
das opacas rotinas.
Contemplo as almas que vagueiam sem rumo, sem causa,
sem vida. Uma sombra negra e esfumaçada de vidas esquecidas, acinzentaram as
flores. Antes belas e coloridas, agora tateiam as tênues paredes desgastadas, E
esmorecidas, o anseio de querer encontrar os rumos certos das saídas.
As mãos que procuram no escuro tateiam nas névoas
turvas. Os pés descalços que procuram as linhas retas nas curvas. Os lábios que
proferem a oração a fim de poder transcender. Os olhos que descortinam os
simples mistérios de poder ver.
Contemplo as almas redimidas.
lindo demais, meu amigo... poucos tem a sensibilidade de sentir a dor e o pesar dos outros... Marvilhoso!
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