Helena, que em versos e prosas é
cantada como a bela que incendiou a guerra de Troia. E que em vários brasis é
sempre cobiçada, por plebeus, reis e até por um tal de Paris.
Tuas formas singelas iludem o
inocente. Teus traços formosos te fazem perfeita. Teus seios fartos, de mulher
ardente. Teu rosto de rosa, que o olhar enfeita.
Mas talvez tu sejas apenas uma
menina, pura ninfa amorosa, de olhar meigo e doce, que no berço dos deuses se
fez divina. E que leva consigo a cruel sina:
De ser Helena da Grécia, de todos os brasis. De ser a causa de guerras e de alegrias. De ser a musa de poetas e de amores. Erro fatal de mulher, ainda feliz?
Em Helena, criou-se o estereótipo de mulher de fibra, a mulher forte, a mãe de família, a amada, a amante. Até o telenovelista brasileiro, Manoel Carlos, estabeleceu "Helenas" e em várias de suas telenovelas e cada uma delas com um caráter diferente, mas procurando preservar as características da de Troia. Com o poeta Adalberto não foi diferente, ele "desenhou" uma Helena sensual, mesclada de sensualidade e inocência, candura e impetuosidade. Uma Helena bem Brasil, com toda malícia e sensualidade da mulher brasileira. Helena, poderia ser também a própria nação, a terra brasileira, seduzindo o estrangeiro e trazendo para cá, cativando-o e prendendo em seus laços, dentro da fartura de uma fauna e uma flora ricas e, que, às vezes negligenciada pelo nativo, acaba sendo cobiçada e desejada pelo estrangeiro. Já disse neste texto há muitas possibilidades de "leituras", dependendo do ponto-de-vista de cada um:"Erro fatal de uma mulher, ainda feliz?" Olhe só a riqueza desse verso muito ambíguo, considerando a terra brasileira. A felicidade e a riqueza estão aqui muito próximas de nós. É preciso "explorá-las", valorizá-las.
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