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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Memórias do Vento ©Copyright

 


Há aqueles que veem sombras do
ontem,
esses vão além de mim...
Sombras de um tempo que se desfaz a
cada instante.
A areia levada pelo vento,
em murmúrios sussurrantes,
em grãos de lembranças sem fim.
 
Eu, ouço com ouvidos de terra e
alma de rio.
Escolho acolher o perfume
do burburinho das árvores que
cantam e beleza das cantigas
suaves das brisas.
E Ouço do vento as canções
rudes de algumas divisas. 
 
Agora mesmo escuto os riachos,
Escuto canções de folhas e melodias
de asas.
Escuto ecos de almas que dançam.
Escuto o coro babilônico das praças.
 
Não, não enxergo fantasmas! Escuto
sinfonias eternas, das vibrações
que ascendem,
do infinito que não se aprisiona,
mas nos observa.
Vigio as canções que persistem,
harmonias sutis,
que não se confrontam.
Na escrita da crônica de paixões,
de emoções que se compreendem.
É nestas vibrações que percebo o
abraço da origem
que emerge da terra... na terra,
de todo ser que sorri.
 
Dos acordes, sinto um pulsar, de um
adeus, que se esconde,
nas indecisões, no arvoredo das
entrelinhas...
São essas canções que nos marcam,
que contam,
que cantam e encantam, na melodia
de nossas pequenas escritas de
linhas.
 
Ecos retumbantes, imortais como o
amor, tão vivos quanto a alegria
simples que se experimenta.
 
Eu me ouço todos os dias, seja por
Onde for...
Em mim há mortes diárias e vidas
que brotam de semente de flor, numa
sinfonia,
de uma nova canção, crescente no ar,
na liberdade do ar, nas asas libertas
do Condor.


Betonicou©