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domingo, 2 de março de 2025
Ressonâncias de Vento e Terra©Copyright
Ressoam ao longe o som dos clarins.
O marfim, filho do dia, no sol desta terra,
céu do ouro de Ofir.
E rega-se a semente
para o plantio do que satisfaz.
A boca engole,
o estômago flui em correntes;
amargo é o fruto do chão,
da semente que volta,
da brisa ao furacão.
Nada em vão!
Navegar neste ar,
sem asas do que apraz;
não, não a essa terra,
meu eu reclama e clama,
não ao momento,
jamais, jamais!
O vento sussurra
em vozes inaudíveis.
Vozes que contam
coisas prazíveis.
A tristeza intrusa,
a morte que visita a vida,
angústias infernais, tão profundas,
que mar nenhum lhes cabe
em águas fugidias.
Em maremotos,
nas terras ceifadas de suas videiras;
o murchar, sem as lágrimas,
perpétuas, hipócritas, carpideiras!
Há de se querer
o som da semente,
ao romper na terra,
dos clarins videntes,
das chuvas, das emoções
da paz que se inflama,
cruel, mas contente!
“Ventus metit, cosmos reviviscit!”
terça-feira, 18 de fevereiro de 2025
Quintessência©Copyright
Eu
desejo criar um poema que seja como um objeto único e original. Que não use
palavras usadas e antigas, mas que invente palavras sem carregar nos ombros o
peso da certeza. Que brinque com as letras, que faça sons e ritmos, que crie
imagens e cores, uma “aquarela-íris” que deixe de alegria o cinza do céu. Que
seja um poema-objeto, um poema-brinquedo, um poema-arte, um poema solto do
poema, apenas letras.
Eu
desejo criar um poema que não tenha eu, que não tenha nada de pessoal. Que seja
um poema puro, um poema-coisa, um poema-sentimento. Que não fale de mim nem de
ninguém, mas que fale de tudo, das coisas, do nada do mundo. Que seja um
poema-forma, um poema-som, um poema-movimento. Um poema vida, letras relaxadas,
sem obrigações.
Eu
não sei criar um poema assim. Eu não sou poeta, sou só aprendiz. Eu não tenho
inspiração, tenho só curiosidade. Eu não tenho talento, tenho só vontade. Por
isso, eu peço perdão se o meu texto não vale. Se o meu texto não é texto, é só experimento.
Se o meu texto não é belo, é só estranho. Se o meu texto não é seu, é só meu ou
apenas um eco fraco da tentativa de todos nós.
Betonicou©
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
Versos de Terra, Céu e Alma ©Copyright
Entre os bichos e a
paz, somando, igual ao
Transcendental,
vejo-me errante na
realidade da ficção,
matéria do
imaterial,
pois o ar me absorve
em ventos que sopram
asas, caudas de
cometas cruzando
vias das galáxias.
É assim que a mente
do poeta vagueia,
despreocupada,
numa aventura que a
poesia comenta.
Essencial,
sinto-me vivo na
beleza da natureza,
harmonia do natural.
Pois a terra me
acolhe em raízes que brotam,
como versos,
em frutos de
esperança que alimentam sonhos
e nutrem a
realidade.
É assim que o
coração do amante palpita,
apaixonado,
mergulhado
numa ternura que a
vida celebra.
Existencial,
vejo-me sozinho, na
solidão da cidade,
angústia do
artificial.
O concreto me
oprime, em muros que separam
como facas,
em ruídos de
violência que perturbam
almas amordaçadas.
É assim que o olhar
do homem se perde,
desolado, imerso na
tristeza que a morte
lamenta.
Universal,
sinto-me livre na
magia da arte, soltura
da expressão do
original,
pois a tinta me
colore em traços que pintam
ideias,
em formas de
liberdade que inspiram
utopias.
É assim que a mão do
artista cria, inspirada,
numa beleza que a
eternidade admira.
Betonicou©
quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Memórias do Vento ©Copyright
Há
aqueles que veem sombras do
ontem,
esses
vão além de mim...
Sombras
de um tempo que se desfaz a
cada
instante.
A
areia levada pelo vento,
em
murmúrios sussurrantes,
em
grãos de lembranças sem fim.
alma
de rio.
Escolho
acolher o perfume
do
burburinho das árvores que
cantam
e beleza das cantigas
suaves
das brisas.
E Ouço
do vento as canções
rudes
de algumas divisas.
Escuto
canções de folhas e melodias
de
asas.
Escuto
ecos de almas que dançam.
Escuto
o coro babilônico das praças.
sinfonias
eternas, das vibrações
que
ascendem,
do
infinito que não se aprisiona,
mas
nos observa.
Vigio
as canções que persistem,
harmonias
sutis,
que
não se confrontam.
Na
escrita da crônica de paixões,
de
emoções que se compreendem.
É
nestas vibrações que percebo o
abraço
da origem
que
emerge da terra... na terra,
de
todo ser que sorri.
adeus,
que se esconde,
nas
indecisões, no arvoredo das
entrelinhas...
São
essas canções que nos marcam,
que
contam,
que
cantam e encantam, na melodia
de
nossas pequenas escritas de
linhas.
amor,
tão vivos quanto a alegria
simples
que se experimenta.
Eu me
ouço todos os dias, seja por
Onde for...
Em mim
há mortes diárias e vidas
que
brotam de semente de flor, numa
sinfonia,
de uma
nova canção, crescente no ar,
na
liberdade do ar, nas asas libertas
do Condor.