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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Um Novo Horizonte, um Velho Desassossego©Copyright

 


Acordei hoje com uma estranha sensação, como se o vento que soprava pela janela tivesse mudado de direção. Não era mais aquela brisa, tão conhecida e costumeira que acariciava meu rosto, mas um sopro estranho, exótico, vindo de terras de tâmaras e videiras. Tem palmeiras, mas por lá, meu sabiá não canta. Um vento carregado de histórias milenares e promessas de um futuro que, sinceramente, soa como aquelas resoluções de Ano Novo que a gente nunca cumpre, e que cada vez mais parece inalcançável.

O Brasil, nosso gigante adormecido, parece ter acordado com um propósito novo. Virou as costas para o Ocidente, não mais valente, e sim, desorientado, intimidado, tipo aquele amigo que cansou das festas chiques e decidiu que a vibe agora é acampar no quintal do vizinho. Temos novos companheiros, camaradas, juntos, acampados.

Sinto-me como um girassol perdido em um campo de tulipas. Nada de bromélias, begônias ou camélias, e eu aqui, tentando entender onde me encaixo nesse novo jardim que revira a terra em tripas. As estrelas no céu noturno parecem ter mudado de posição, formando constelações desconhecidas que piscam para mim, desafiando-me a desvendar segredos enquanto me perguntam: E aí, tá entendendo alguma coisa?

E assim, enquanto o sol se esconde no horizonte ocidental, um novo amanhecer desponta no Leste. As sombras das ditas rapaduras se misturam com a luz das promessas, criando um jogo de mais duro que mole, que me deixa mais confuso que cego em tiroteio.

Será que estamos prontos para essa nova dança? Ou seremos apenas marionetes em um teatro de sombras, movidos por mãos invisíveis que ditam nosso destino? Porque, vou te contar, o boneco aqui já está meio tonto com tanto puxão, esse arranque de mais vai que vem, pois o bolso também se cansa com esse baque.

A resposta, talvez, esteja nas asas dos pássaros que cruzam o céu, livres e sem fronteiras, lembrando-nos que, no final das contas, somos todos cidadãos do mundo, navegando juntos nesse vasto oceano de incertezas. Às vezes, só queremos encontrar um barquinho para descansar.

Betonicou©

Barbara Kroll & Digital Art, Pattern Design, Illustration 

Nesta postagem resolvi me aventurar na crônica. Chegou a hora de descer do muro e encarar de frente as novas direções