Hoje, me desfiz em
fios.
Fios de luz, quebrados
por
espelhos,
fios de som,
silenciados por
abismos,
fios de tempo, perdidos
por
relógios.
Hoje, me desfiz em
nada.
Um nada feito para
esquecer
horizontes,
E orar ao passado,
mesmo divagante.
Um nada de frases
vazias, teimosas,
longas e distantes,
que se desfazem também
em agulhas
enferrujadas.
Desfiz-me fio de ar, a
se soltar
dos galhos podres e quebrados,
fragmentos de árvores
mortas,
petrificadas de medo
pelo tempo.
Desfiz-me fio de lua, a
se apagar
nas frestas fechadas,
de sonhos esquecidos.
Desfiz-me fio de sol,
um filete a
esfriar na fenda que
lacrava,
mesmo por instantes, o
abrir das
ruas.
Essas mesmas ruas, nuas
de pedras,
por onde errante,
eu me desfiz em fios
ausentes.
Hoje, me refiz com
outro fio.
Um fio reconstrutor,
feito para
recriar realidades,
Um fio feito de
memórias teimosas,
e esperanças,
que se refazem nos
gestos, nos
beijos e abraços.
Hoje, me refiz em
encontro.
Um encontro feito para
relembrar
palavras,
um encontro de versos e
lembranças
rimadas,
que se refazem nas
vozes e nas
melodias roucas.
Hoje, me refiz em
poesia.
Uma poesia feita para
reinventar de
conversar com o mundo,
Uma poesia de beleza e
harmonia,
que se refazem nas
formas loucas ou
lúcidas dos sentidos.
"Que a doçura dos poemas continue a inspirar e encantar, como o orvalho que
beija as flores ao amanhecer, trazendo luz e esperança a cada novo dia. Porque,
no fundo, cada poeta é um guardião da beleza e da magia do mundo."
Feliz Dia Internacional do Poeta!