Assim, são quando os
pássaros voam em
migração,
Cantando alto, pelo pendor do coração,
Navegando nas marés de ventos,
Na viagem sem acenos, dizendo: estou indo, volto não.
Sobre a carga que o voo
carrega,
Na leveza que as asas liberam,
Na sorte que o Norte acena,
O Sul já não cabe na aérea novena.
Sobre as nuvens, pastos
encantados para meu
canto:
Sou pássaro esfomeado por estrelas que se
escondem,
No dia amanhecido pelo dormir da noite,
Então, as luzentes se acanham e me iludem.
Recolho-me em espírito
voante sobre essas nuvens,
Neblinas que me recebem num berço aéreo de ninho
Há quem se encante, do meu leito,
Do meu sossego, deste canto, por
onde eu brando me
aporto, e nele me alinho.
Betonicou©
“A partida sem retorno
é essencial para o voo rumo à nova estação de primavera, enquanto por aqui,
neste tempo, despencamos no outono...”