Sou fascinado com as coisas sem
nome
Coisas que se esgueiram por entre
as pedras
Coisas
que se confundem com a
terra Coisas que ninguém nota, mas eu
noto
Sou atraído pelas coisas sem
forma
Coisas
que se desfazem na água
Coisas que se inventam no vento
Coisas
que ninguém pega, mas eu
Pego
Reconheço encanto nas coisas sem
som
Coisas que se calam na noite
Coisas que se escutam com o
coração
Coisas que ninguém ouve, mas eu
ouço
Descubro poesia nas ruas sem
Rumo
Ruas que se perdem no horizonte
Ruas que se encontram com o rio
Ruas
que ninguém anda, mas eu
Ando
Imagino-me nas ruas sem cor
Ruas que se pintam de cinza
Ruas
que se tingem de vermelho
Ruas que ninguém vê, mas eu vejo
Sinto-me um eco nas ruas sem voz
Ruas que se calam no silêncio
Ruas que se falam com as árvores
Ruas que ninguém escuta, mas eu
Escuto
Eu
me encanto com a alma sem
limite
Alma
que se espalha pelo infinito
Alma
que se liga com o divino
Alma que ninguém mede, mas eu
Sinto
Há uma fascinação pela a alma sem
idade
Alma
que se renova a cada
instante
Alma
que se transcende pela arte
Alma
que ninguém vê, mas eu vejo
Ilumino-me com a alma sem
sombra
Alma
que se ilumina pela luz
Alma
que se reflete nas estrelas
Alma
que ninguém toca, mas eu
toco
Betonicou©
Arte: Graham Franciose