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quarta-feira, 1 de março de 2023

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Debaixo do sol e distante da lua divago acordado, sonhando, de rua em rua. Distante de tudo, nos bailes dos bares minguantes, andando lado a lado, com ilusões, sempre constantes.  Longe de tudo, neste vazio infinito, onde lábios vorazes gritam ecos de delírios restritos. Prosas, entre pessoas incertas, breves versos céticos, entre excêntricos estéticos. Vivendo acordado nos sonhos de alerta. Desmontando palcos destes ensaios de sonhadores itinerantes. É a vida, que acordada, vivencia as cenas vigentes. Mesmo assim, cambaleia, diante de tantos arcaicos; seres pendentes. Diante da mordaça de laços toscos, afrouxados, soltam-se em gemidos, em brados, os navegantes afogados. Andando pelas ruas, por entre sonhos de utopia, em meio a delírios desvairados. Neste ar de quimeras, onde a mente vazia alucina, imersa, entorpecida em perfumes almiscarados. Mesmo assim, vivendo essa vida de loucuras alucinadas, vagueiam nossos versos, diante de todas as cenas transloucadas. Divagando acordado, delirando sonhos de rua. Dissertando falas com as mariposas desbotadas: as amantes sacerdotisas da lua. Nos devaneios tolos de alucinações escondidas, dançam manipuladas, em situações contravertidas, as bonecas dançarinas vendidas.  Longe de casa, em todos os dementes contidos, vagam as mentes solitárias, em mórbidos sonhos escondidos.  Ainda nos assombram os fantasmas de todos os sonhos. Sejam eles: comprados, roubados, ou ilusórios ecos envaidecidos.


Betonicou©´

Arte: Oleg Zhivetin-Eugene Ivanove