Debaixo do sol e distante da lua divago
acordado, sonhando, de rua em rua. Distante de tudo, nos bailes dos bares
minguantes, andando lado a lado, com ilusões, sempre constantes. Longe de
tudo, neste vazio infinito, onde lábios vorazes gritam ecos de delírios
restritos. Prosas, entre pessoas incertas, breves versos céticos, entre
excêntricos estéticos. Vivendo acordado nos sonhos de alerta. Desmontando
palcos destes ensaios de sonhadores itinerantes. É a vida, que acordada,
vivencia as cenas vigentes. Mesmo assim, cambaleia, diante de tantos arcaicos;
seres pendentes. Diante da mordaça de laços toscos, afrouxados, soltam-se em
gemidos, em brados, os navegantes afogados. Andando pelas ruas, por entre
sonhos de utopia, em meio a delírios desvairados. Neste ar de quimeras, onde a
mente vazia alucina, imersa, entorpecida em perfumes almiscarados. Mesmo
assim, vivendo essa vida de loucuras alucinadas, vagueiam nossos versos,
diante de todas as cenas transloucadas. Divagando acordado, delirando sonhos de
rua. Dissertando falas com as mariposas desbotadas: as amantes sacerdotisas da
lua. Nos devaneios tolos de alucinações escondidas, dançam manipuladas, em
situações contravertidas, as bonecas dançarinas vendidas. Longe de casa,
em todos os dementes contidos, vagam as mentes solitárias, em mórbidos sonhos
escondidos. Ainda nos assombram os fantasmas de todos os sonhos. Sejam
eles: comprados, roubados, ou ilusórios ecos envaidecidos.