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domingo, 26 de setembro de 2021

Refúgio © Copyright

 

                                                                              


Ah, se tiro das nuvens tempestades: os trovões são minhas expressões de gritos. Se as águas
são o meu derramar de verdades ou inverdades: diluo-me, com prazer, entre as ruas e  guetos, os meus conflitos. Dançando, sou eu, a banhar a pele nos vários encontros com os pingos. A chuva que molha, é a mesma que lava, a mesma companheira, na dança, que minha alma abraça e se declara. A alegria vem pela manhã. O sol, é lençol brilhante que me entende. As notícias procuram saber onde estou. A chegada dos fatos, na minha noção, não me surpreende. O que aconteceu nas ruas e becos, o que se revelou, entre o abrir e o aperto. O que não está: por entre as frestas se espia, onde a verdade, na realidade se esconde. Os pés que tateiam o chão, são os mesmos que o compreende. Os rostos, molhados ou não, são máscaras, do que se subentende. Ao tentar descobrir a noção: a razão é a emoção que me esconde. Vidas derramadas nos divãs, são enxurradas, ou levezas de águas no chão. A tarde? A tarde, é parte do tempo, para saber onde estou. Antes de cada manhã, a noite preparou-me um varal, para secar sob o sol, o que de tarde  molhou. O que de mim: pingos, que não se derramaram em vão. 
Betonicou©
 
Arte: Riccardo
 Guasco