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terça-feira, 13 de julho de 2021

Andança © Copyright

 


A vida tem seus diferentes encantos. Alguns doces, outros amargos, feitos de chocolate, que nos viciam ou nos enganam com amarguras doces. Às vezes, me debruço sobre a janela, feita de extinção, que é minha imaginação retrógrada, de uma lembrança escondida, num canto de uma sala vazia. Havia o terreiro com seus fios estendidos, onde se penduravam as cores que um dia seriam faixas mortuárias de uma tênue humanidade. Havia uma prateleira repleta de sorrisos vazios. Outra: esbanjava risos abertos de palhaços, viciados em sorrisos construídos. Era pão, aquela massa torrada, a preencher o vazio da fome e era nuvem, aquela viagem lisérgica, a encher meu estômago, de borboletas, feitas para voar minhas ilusões. As memórias divagantes são transeuntes, soltas, a perambularem a esmo pelo ar. A vida segue, tão distinta. Os passos trilham caminhos, em ruas bifurcadas: a fim de se encontrarem, de se calçarem e de se amarrarem, em vivências entrelaçadas e contínuas.

Betonicou©

Arte: Iban Barrenetxa

Responderei caso for necessário. .