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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

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 Sou um louco, lucidez me amanhece, em algum dia, desses quaisquer.  Semente na ribanceira, rolando e germinando, onde bem quer. O meu amor fecundo, procurando nesse tudo, o que restou de um segundo. O tempo, que sempre me fez povo, nesse tão diminuto tempo do meu mundo.  E, sou as pedras das calçadas, regadas de todas as pisadas. Sou o homem, um dos filhos, brincando nas calçadas, entre as jogadas. Sou um homem desse povo!  Sou uma das caras fantasiadas, do dia de cada cena que reprovo e, a minha voz tão aflita, o acaso sempre rejeita.  A minha paz tão contrita, às vezes, nada representa. Então, ouço as falas que se ocultam. Sinto os segredos que se aprofundam, nos mares, nos lares, na alma e, naquele olhar que vaga na trama e, me reclama.

 Sou a voz do desconforto quando o vento balbucia o que não quer gritar. Sou ares tão anfíbios, pois sou águas e respirar! Mas, é a paz que é o meu consolo e a minha fortaleza. Sou de sonhos, não de ferro ou de tijolo. São os medos que resisto naquele parque de brincar. São as ondas de palpites que me naufragam nesse mar e, o que ninguém sabe, ninguém destrói com desconsolo. Quando todos sabem, às vezes, ninguém sabe ou entende, quando a alma pede colo: aí, é a febre que respira, é a onda dos altos e baixos de amar! É aquele beijo que não existe ou ainda persiste naquele ato de divagar. Sou o homem que calado sonha. Sou a pessoa que perdoa, no silêncio dos ares, na rua e na trama ou, onde silente, meu coração inflama e, ainda, a alma declama.



By betonicou

Arte: André Neves

Responderei se preciso for.