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quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Intenções © Copyright

 

Meus pés andam pelos
caminhos do mundo.
A inercia, vaga e divaga, solta,
a impulsionar.
Queda louca é ribanceira,
quintal de doido é precipício.
Se amor pago me faz bandido:
vento solto é temporal.
 
Estendo as mãos para pegar a luz.
Desprender do vício do lençol
reduz a santo todo amor desprendido?
 
Devo pegar a vela; trêmula luz do juízo.
Tentativa de fazer sentido.
Amor barato é trama traiçoeira.
Estender a bandeira é pura cena.
Paz acanhada é sorrateira luz;
razão do meu vício.
 
De juiz vou a réu. De meu leito vou ao léu,
sem ações, mesmo que traiçoeiras.
Quero mesmo a paz inteira.
Ver estrelas sem apagar a luz.
Aprender, na tarde passageira, que a
noite traz surpresas, não certezas
a aparecer no céu.
 
Quero o sentido da luz que cai,
tentativa de beijar a terra,
poesia a se fundir com ar.
Não ser cadente que risca o céu.
Não apenas um precipitar no vazio.
Um vento de luz ,solta, entre delírios.
 
Ser poeira: que seja! Se o sentido
é se misturar, fazer parte do ser, de tudo.
Que seja trama passageira
esse eterno ato do findar da luz.

 

 


By betonicou- Arte: Oswaldo Guayasamin

Responderei caso for necessário.