Páginas

terça-feira, 10 de março de 2020

Poesia de vaga-lume © Copyright


Lá vem ela, estrela trazida pelas ondas e ventos, conforme eu, aqui, ainda me vejo calado.
Sinto esse ar rasgado pelos bicos dos seres que se escrevem nas nuvens por onde pousam suas suavidades aladas,
Enquanto sobre a areia, apenas uma pedra me eleva para onde as velas se acendem às minhas lembranças agora acordadas.
Há pensamentos silenciosos que gritam internos: amplificados pelo anseio.
Lá vem ela, toda graciosa! Grita o meu silêncio acovardado sobre a rocha na enseada,
Observando a nau trazida pelo vento, para fazer falar meu vazio de palavras.
São com os passarinhos que aprendo a elevar meus anseios singelos e,
São as formigas, que me inspiram a força de preces.
Porque trago em mim a timidez da inércia das pedras e,
Quando calado, é que alcanço a cintilante poesia aérea dos vaga-lumes.
Me veio querida à mente que trabalha um coração invernado.
Me veio estrela, tal qual soneto de luz, a iluminar-me pulsante a noite sem lua.


,
 

Betonicou©


Arte: johanna wright