Lá
vem ela, estrela trazida pelas ondas e ventos, conforme eu, aqui, ainda me vejo
calado.
Sinto
esse ar rasgado pelos bicos dos seres que se escrevem nas nuvens por onde
pousam suas suavidades aladas,
Enquanto
sobre a areia, apenas uma pedra me eleva para onde as velas se acendem às
minhas lembranças agora acordadas.
Há
pensamentos silenciosos que gritam internos: amplificados pelo anseio.
Lá
vem ela, toda graciosa! Grita o meu silêncio acovardado sobre a rocha na
enseada,
Observando
a nau trazida pelo vento, para fazer falar meu vazio de palavras.
São
com os passarinhos que aprendo a elevar meus anseios singelos e,
São
as formigas, que me inspiram a força de preces.
Porque
trago em mim a timidez da inércia das pedras e,
Quando
calado, é que alcanço a cintilante poesia aérea dos vaga-lumes.
Me
veio querida à mente que trabalha um coração invernado.
Me
veio estrela, tal qual soneto de luz, a iluminar-me pulsante a noite sem lua.