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domingo, 24 de março de 2019

Fugaz © Copyright



Quando se for, a saudade do amor não vale. Quanto se vale, é o peso do que ficou nos suspiros. As nuvens estão macias e o espirito encontrou travesseiro, à medida que  o ar lhe preparava os caminhos leves para dormir. 


A alma gorjeava, com sua leveza a tocar o sol. O vento dissipava como poeira póstuma, os restos do amor que na saudade, havia sido sepultado. A leveza voava seu passarinhar cósmico e sem pudor tocava as estrelas.

As lembranças vagavam, desajustadas, num redemoinho louco, porque, na memória, esperava-se teimoso por uma vã ilusão. O vento levava flores que rodopiavam, bêbadas, num ar alcoolizado, enquanto a lua, sorria; debochada.

Era a rede: cama, para deslumbrar a escuridão que vinha com suas sombras voantes, à medida, que a paixão fugia, tola, pelas janelas abertas de um olhar mais claro. Se se mede o amor: aquele, era mais baixo que minhas sonhadas nuvens. 


Betonicou©

- Arte: Yana Fefelova