Quero andar no caminho e chegar
às margens de um rio limpinho. Sempre procurar uma flor para plantar nos meus
sertões em desalinho. Quero ouvir uma canção bem singela, ouvir o gorjeio de
tônicas leves de passarinhos. Ter alma leve e dançar nos terreiros de
ribeirinhos; numa vida tão singela, onde desabrocham as flores e frutos dos
espinhos. Voar o voo dos pardais e viver a vida simples, dos calmos moradores
de quintais. Quero esperar para os meus caminhos os sinais. Quero andar
sossegado nessas margens, onde encosto meus rios. Deixar para trás a poeira de
todos os meus desafios. Quero a música leve dos habitantes dos matagais. Quero
sentir a emoção dos sons singelos e orquestrais. Quero sentir sempre o cheiro
do frescor de todas as manhãs! Sabor, café, canela, os pingos de orvalho nas
hortelãs. Sempre chego sonâmbulo nesse sonho que verte as águas do meu rio.
Sempre me entrego às cores deste meu mundo real e, às vezes, fictício. Quero
abrir os olhos e visualizar a beleza aberta das frutas das romãs. Eu quero os
pensamentos singelos e a conversa descomplicada fora do leito dos divãs. E se
acaso retornar aos rios caudalosos e perigosos dos temporais: eu quero o cheiro
singelo e doce das flores lindas das maçãs. Quero acordar-me por inteiro, com o
cheiro de terra molhada, com o perfume doce dos lindos roseirais. Querer o
sabor doce das frutas, da leveza das avelãs! Ser singelo e sereno no olhar de
minhas duas estrelas irmãs.
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domingo, 16 de dezembro de 2018
leveza,leveza © Copyright
Arte:judith clay
Desejo a todos os meus amigos, muita leveza e um feliz natal!