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domingo, 16 de dezembro de 2018

leveza,leveza © Copyright


Quero andar no caminho e chegar às margens de um rio limpinho. Sempre procurar uma flor para plantar nos meus sertões em desalinho. Quero ouvir uma canção bem singela, ouvir o gorjeio de tônicas leves de passarinhos. Ter alma leve e dançar nos terreiros de ribeirinhos; numa vida tão singela, onde desabrocham as flores e frutos dos espinhos. Voar o voo dos pardais e viver a vida simples, dos calmos moradores de quintais. Quero esperar para os meus caminhos os sinais. Quero andar sossegado nessas margens, onde encosto meus rios. Deixar para trás a poeira de todos os meus desafios. Quero a música leve dos habitantes dos matagais. Quero sentir a emoção dos sons singelos e orquestrais. Quero sentir sempre o cheiro do frescor de todas as manhãs! Sabor, café, canela, os pingos de orvalho nas hortelãs. Sempre chego sonâmbulo nesse sonho que verte as águas do meu rio. Sempre me entrego às cores deste meu mundo real e, às vezes, fictício. Quero abrir os olhos e visualizar a beleza aberta das frutas das romãs. Eu quero os pensamentos singelos e a conversa descomplicada fora do leito dos divãs. E se acaso retornar aos rios caudalosos e perigosos dos temporais: eu quero o cheiro singelo e doce das flores lindas das maçãs. Quero acordar-me por inteiro, com o cheiro de terra molhada, com o perfume doce dos lindos roseirais. Querer o sabor doce das frutas, da leveza das avelãs! Ser singelo e sereno no olhar de minhas duas estrelas irmãs.

Betonicou©




 Arte:judith clay



Desejo a todos os meus amigos, muita leveza e um feliz natal!