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domingo, 3 de dezembro de 2017

Asas divagantes.© Copyright

As asas leves que aplumam as minhas emoções me levam ao ninho acima daquela serra.
Cortam o espaço deste mundo, fazendo-me dar adeus àquela terra.
Não são causas: as folhas passageiras que despencam em todo canto,
Nem são as feridas dos espinhos das laranjeiras,
Nem as pontiagudas agulhas das roseiras que ferem a quem delas cuidam nos belos jardins de encantos.
 
As asas que aplumam minhas ideias tão sonhadas,
São as canções das lavadeiras das encardidas roupas das crianças brincadas.
São as lágrimas das carpideiras que emprestam o choro de águas para as faces secas e caladas.
São as canções dos violeiros, que fazem saltitar dançante; é a leveza dos balões.
É vento que carrega emudecido ou misturado aos gritantes trovões.
 
Minhas asas são ideias aplumadas ou emplumadas de reais fantasias.
Divagadas nos sonhos ligeiros: feito flores que são estrelas destes singelos canteiros.
É fumaça que se mistura às brisas das infantis noites embaladas.
É cometa vagante de criança adormecida em seu próprio ninho.
É nave do que visita o horizonte de quem está sempre sonhando, em leves delírios de passarinho.
 
Meus ventos são frios ou quentes. Ensolarados ou, brisas enluaradas, deste meu mundo tão divagante.
É a voz que grita nas trincheiras desta guerra de: “inocência versus culpabilidade”, a todo instante.
É vento anjo que voa ligeiro pelas aéreas estradas dos belos sonhos guardados.
É nau de viajante. Fábula, voante que pousa nas macias nuvens dos céus tão simplesmente imaginados.

Betonicou©

 Arte:Marina Czajkowska -