As asas leves que aplumam as minhas emoções me levam
ao ninho acima daquela serra.
Cortam o espaço deste mundo, fazendo-me dar adeus
àquela terra.
Não são causas: as folhas passageiras que despencam
em todo canto,
Nem são as feridas dos espinhos das laranjeiras,
Nem as pontiagudas agulhas das roseiras que ferem a
quem delas cuidam nos belos jardins de encantos.
As asas que aplumam minhas ideias tão sonhadas,
São as canções das lavadeiras das encardidas roupas
das crianças brincadas.
São as lágrimas das carpideiras que emprestam o choro
de águas para as faces secas e caladas.
São as canções dos violeiros, que fazem saltitar
dançante; é a leveza dos balões.
É vento que carrega emudecido ou misturado aos
gritantes trovões.
Minhas asas são ideias aplumadas ou emplumadas de
reais fantasias.
Divagadas nos sonhos ligeiros: feito flores que são
estrelas destes singelos canteiros.
É fumaça que se mistura às brisas das infantis noites
embaladas.
É cometa vagante de criança adormecida em seu próprio
ninho.
É nave do que visita o horizonte de quem está sempre
sonhando, em leves delírios de passarinho.
Meus ventos são frios ou quentes. Ensolarados ou,
brisas enluaradas, deste meu mundo tão divagante.
É a voz que grita nas trincheiras desta guerra de:
“inocência versus culpabilidade”, a todo instante.
É vento anjo que voa ligeiro pelas aéreas estradas
dos belos sonhos guardados.
É nau de viajante. Fábula, voante que pousa nas
macias nuvens dos céus tão simplesmente imaginados.
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domingo, 3 de dezembro de 2017
Asas divagantes.© Copyright
Arte:Marina Czajkowska -