
Venha, a mim, beija-flor!
Encanta-me, ao vê-lo sorver, a doçura do jasmim.
Traga no bico o mel de amor.
Acorda a doce ternura em mim.
Traga em teu plainar suave, a leve canção de embalar.
Desperta o meu olhar mais belo e, desta fantasia, eu não querer mais
acordar.
Quero olhar pelas frestas o desabrochar da linda flor de marcela.
Quero abrir as frestas das janelas para alçar voo em asas cristalinas de
libélula.
Tu, encantas-me, com tuas lindas cores emplumadas.
Plaino neste meu mundo, onde faz do vento a tua estrada.
Este meu universo de sonhar tem o desejo ávido de voar.
Estar por entre as árvores, neste teu espaço: o sereno eu revoar.
Brincar, por entre folhas e flores, neste breve momento de sonhar.
Tu, embalas, este meu delírio de voejar.
Porém, não ouço teu canto, nem vejo teu breve instante de voltar.
Não iluda meus olhos!
Quero ver-te, todos os teus atos de pairar, neste brilhar de primavera.
Na poesia de tuas cores vivas de aquarela.
Quero o mel que sorves neste teu prazer de levitar.
Quero a doçura de um beijo.
Deste sonho, já não desejo, mais querer acordar.
Quero voar em teus jardins, onde faz das flores, a tua morada!
Tu, realças, a linda manhã, com majestosas asas de poesia emplumada.
De tuas pequenas pupilas, eu mesmo, querer ver, o tamanho de tanta
beleza!
Plainar neste teu lindo verso; esta tua cândida e esvoaçada grandeza.
Quero ver de teus olhos a clareza, das harmonias singelas.
Sentir de teu bico, o sabor, dos delicados buques de marcelas.
Não acordar deste mágico instante de florida primavera.
Voar, em tuas asas de sonhos, todas as manhãs!
Ai, quem me dera!
Ai, quem me dera!