Páginas

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Opostos © Copyright




E tudo retornou, quando a noite
 partiu.
O cantar, o falar no voar das
manhãs.
E tudo voltou quando o frio
 sumiu,
no fechar das portas, para quem
nem se despediu com acenos afãs.
 
Há muito sobre a lua que se
 apaga,
sobre as estrelas que se retiram
 tocando de leve,
como orvalho que evapora depois
 que afaga.
 
Há esperança no sol que renasce,
no pequeno facho de minhas
 frestas.
Ouço pássaros que cantam,
como que anunciando em vozes de
profetas.
 
E eu aqui, todo encantado
abrindo as janelas sinto a brisa,
e observo o voar suave das
 borboletas.
 
O sol se esconde na noite que
 chega
trazendo consigo a lua,
e a luz das lanternas para os
voantes fascinados.
 
Há sempre um poema com brilho,
sobre o astro que descansa,
e sobre pássaros cantantes e os
noturnos bicos calados.
 
Há sobre a noite, poesia.
Há sob o véu escuro, romance de
 lua
dos amantes exacerbados, e dos
sem tetos descamisados.
 
E de novo, o sol que desponta
traz de seu berço a manhã dos
 contentes,
e a confiança dos taciturnos
 bicos ausentes.
 
Traz a luz quente sobre a terra,
onde germinam as vidas,
das toscas e murchas sementes.

 

  By betonicou