E tudo retornou, quando
a noite
partiu.
O cantar, o falar no
voar das
manhãs.
E tudo voltou quando o
frio
sumiu,
no fechar das portas,
para quem
nem se despediu com
acenos afãs.
Há muito sobre a lua
que se
apaga,
sobre as estrelas que
se retiram
tocando de leve,
como orvalho que
evapora depois
que afaga.
Há esperança no sol que
renasce,
no pequeno facho de
minhas
frestas.
Ouço pássaros que
cantam,
como que anunciando em
vozes de
profetas.
E eu aqui, todo
encantado
abrindo as janelas
sinto a brisa,
e observo o voar suave
das
borboletas.
O sol se esconde na
noite que
chega
trazendo consigo a lua,
e a luz das lanternas
para os
voantes fascinados.
Há sempre um poema com
brilho,
sobre o astro que
descansa,
e sobre pássaros
cantantes e os
noturnos bicos calados.
Há sobre a noite,
poesia.
Há sob o véu escuro,
romance de
lua
dos amantes
exacerbados, e dos
sem tetos descamisados.
E de novo, o sol que
desponta
traz de seu berço a
manhã dos
contentes,
e a confiança dos
taciturnos
bicos ausentes.
Traz a luz quente sobre
a terra,
onde germinam as vidas,
das toscas e murchas
sementes.