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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Eufonia © Copyright

Vou renunciar às amarguras, libertar-me dessas coisas que me causam dor e calafrios. De todos os sorrisos forçados, reterei apenas os graciosos de crianças. Recortarei todos os versos belos para enfeitar minhas paredes, não com bemóis, mas com sustenidos. Elevarei meu espírito em pura ternura, e farei da alma um barco que navega por mares de suavidade.

Quero refazer meus caminhos, aqueles dos quais o coração teimou em desviar-se. Recolherei todas as águas turbulentas para banhar-me sempre que meus olhos necessitarem. Transformarei todos os momentos em brisas, antes que qualquer febre possa me queimar. Verterei a calma das fontes tranquilas, e o rumo certo que do novo nasce.

Ver o acerto que não pensamos, pensar no pouco de bom que precisamos. Fazer a diferença, mesmo que no pouco que basta. Quero guardar meus segredos, da saudade ressentida. Sorrir e sepultar as dores, numa alegria incontida.

Lembrar o que é belo, e a certeza de celebrar de novo. Rever a parte perdida, no meio do palheiro que é esse povo. E entregar-me todo aos meus versos, e soprar como brisa em cada rosto. Cantar a canção singela, o tom alegre, que será tanto ao crescer, todo renovo.

Não renegarei minhas estrelas, aquelas que avistam e avisam o mau caminho. Temperarei meu sol com brisas e o cuidado de um ninho. Crescerei de novo, todo este brilho; agora pequenino. Não renegarei a esperança, a de renascer e crescer a cada dia.

Colherei os frutos, e as flores da amplitude! Quero sempre o singelo, e a harmonia da eufonia.


By betonicou