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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Alma © Copyright

E a chegada da noite é o certo da minha história, sem palavras para contar, mas o coração tem todo o seu jeito de falar. São as tristezas que fizeram o seu cerco, São as alegrias que não deixaram um travesseiro onde eu possa dormir.

Meu peito todo acelera, e ainda não chegou a hora de partir. Eu sorvi veneno junto à minha taça de felicidades, naquela noite tão explosiva, o escuro trouxe minhas saudades.

Os fogos não deflagraram como estrelas cadentes no céu, E meu corpo, todo em pedra, pesava. E minha alma, toda chorosa, lembrava: Cada um tinha seu jeito de sentir, mas esse é o meu jeito de dizer que fui e nunca ter querido ir.

A minha alma tem saudade daquela parte que o vento levou, E meu coração se apavora com o tempo molhado. E são essas águas mornas que meu corpo verteu e se alagou.

E nesse tempo de eterna noite que tanto amedronta, eu me assusto! Não tenho as marquises para esconder a miséria emotiva que tanto sinto. Se há tempo para tudo nessa vida, então chegou a minha hora de ir! Porém, o coração nunca quer ter que partir.

E esse dia de noite foi que as sombras tentaram esconder, para não sentir e ver que de minhas cores preferidas não dava para esquecer. Numa névoa esconderam os tons verde e azul, E agora de olhos baixos, só vejo o Sul.

E isso tudo amedronta! Pois de forte, apenas a minha casca apavora. A minha alma tem sede de colocar o sereno e frágil para fora. Meu coração se renega, e todo apático, meu corpo se fez. Não há palavras que consolem meu ser, que é o todo sério e calado da vez.

E por dentro a alma se contorce, pois não é essa a essência de perfume que trago dentro de mim. E as portas antes fechadas querem-se abrir; todas assim! E nessa noite escura, que de tanto cego me desfez, qual é o remédio de flora? Flores dos celestes jardins? Sempre orquídeas, toda vez.


By betonicou