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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Sobre nós dois © Copyright

Avisa aquela flor, que não nasça com as pétalas erradas!
E avisa ao meu amor, que regue essas emoções ressecadas.
E assuma minhas questões, nessas horas tão desesperadas.
Agora tudo e’ quase dor, porque o amor não mais orvalhou...
Então avisa a todos, que todo este amor, ainda em mim restou...
Estou indo para os portões; aqui e’ o lugar dos descontentes.
Estou indo para as multidões; afim de tudo daqui ficar ausente...
Porque ao meu endereço, todas as paixões vis foram enviadas...
Porque nesse dia reconheço, que as vivi de maneiras desesperadas...

Avisa, que de nós dois eu fui amor... E das paixões, hoje desconheço...
Eu nego quase tudo, porem a cara desse amor eu sempre reconheço...
Porque a vida nos deu um grito, e gemidos de dor foram para nós dois...
Mas a vida também deixou escrita: “Não somos um amor pra depois”.
Então porque estender a dor, se a dor, são todas as razões deprimentes?
Essa e’ a vida sobre nós dois, somos as manhãs, somos sobreviventes!
Avisa a esse amor, que temos a vida, e além dela, há nossa hora marcada.
E que seus beijos curam a paixão do amor, e traz-me leveza, tão destacada.
O que a vida diz sobre esse amor? Somos tudo, de maneira tão diferente...
Somos a poesia na febre das estrelas; Vivemos as diferenças docemente.

Sim! Diga numa canção, que tudo começou nas falas tão descaradas.
Sim! Cante sobre nós dois, pois somos um amor de cenas apuradas.
E tudo  mostra-se aos olhos! Que vejam esse amor ser o meu endereço.
A vida nem sempre fecha os olhos! E  na cara deste amor  me  reconheço...
Escutem a canção, e sempre com os corações abertos, escutem atentos!
Pois tudo e’ sobre nós, os corações amantes, abertos, sem tempos nevoentos.
Pois todo o meu apreço são ideias, de um amor de belezas tão delicadas.
Fecho os olhos!  Vejo a alma deste amor... Nossas loucuras não foram erradas !
Sim!  Tudo e’ sobre nós... Somos céu, lua e sol, e as estrelas não derrubadas.

  By betonicou         ilustrações de Arvind Kolapkar

domingo, 12 de abril de 2015

Porto aéreo © Copyright

O mar espuma as ondas; rumo ao farol eu sigo sobre as águas me equilibro; sóbrio e risonho. Diante da luz, vou navegando, líquido e brilhante. Quando as esferas se encontram, as águas me batizam fortes sob meus pés. Os pássaros cantam, e minha alma plana sobre as águas. Leve para sonhar, livre para alvorecer. Solta para viver. O coral dos seres alados, o universo me sorri. O céu está anil, e as nuvens emolduram meus acordes, as feras levam meus fardos, e meu palácio flutua, nesse meu eu desperto. Ah! Tudo é tão belo, e as crianças voam diante de olhos abertos. Espíritos suaves numa tarde serena, nessa praia escorrem minhas lágrimas... Meu mar era turbulento. Negras eram minhas pérolas... E elas cobrem o chão, com os cristais brancos e triturados dos meus olhos. E deito-me na poesia branca; cantando. Ah! É primavera, e as flores nascem no céu azul. O arco-íris do meu sol, e das minhas chuvas, empresta suas cores para os balões com meus sonhos, que alcançam o meu porto no Paraíso. E quando meu leme se partir, e minhas direções se perderem. Aí me solto aos ventos, pulando sobre as nuvens, até a razão do meu coração. Ah! Eu quero pairar, deixar esses passos pesados. Eu quero uma mão estendida, até os jardins que pairam, acima deste meu céu, de tantos oculto. Eu quero voar as minhas preces. Eu quero respirar leve, e quente, antes que tudo desabe, esfrie e congele. E acima de todos os céus, eu mesmo poder dizer: A terra é azul!



Betonicou©