Não fui sempre
um herói, nem sempre fui um bandido
Não fui sempre o
melhor, nem sempre fui sabido
Nem sempre tive
alguém para me abraçar, nem um herói
Para me
inspirar, nem um salão para dançar, beber e fingir
Que era feliz...
Sei que não fui o tal..., mas eu tinha um cavalo de
Xadrez... Andava
de lado, embriagado, envergonhado,
Pensando que era...,
mas sim, talvez... Porém, esse era o meu
Meu alazão; Um pouco
magro, mas tinha um certo charme então...
E sempre me
surpreendia, correndo um galope, de cavalo trapalhão.
Quis fazer rir
um rei, com uma piada para ele gargalhar.
E fui o palhaço
então, mas eu também me divertia, com um rei tolo
Para ver e
zombar... Um, dois, três, eram os passos de uma dança que
Dava dó... E
tinha exército de um só, e o seu castelo era um
Barraco pintado
com cal e giz... Às vezes, fui o que eu quis...
E às vezes,
porém, nem sempre fui feliz!
Agora sou herói!
Tenho uma donzela para ver e amar.
Trabalha num
salão, e às vezes dança um cancan, só para brincar.
E eu vagava
pelos seus salões, e sua dança mexia com os meus
Botões... Eu até
dançava, feito um galope desses cavalos fanfarrões...
E agora, eu era
o tal do mocinho, em uma dessas histórias de bandido.
Sim! Agora eu
era o tal, e fazia as coisas que nem eu mesmo acredito, ou
Acreditei! Porém
eu beijava seus palavrões, eu lhe agarrava em meio às
Multidões... E
eu sempre corria um trote, para fazê-la
Admirar as
proezas dos heróis valentões.
Não fui sempre
um herói, desses que as novelas insistem, em fazer crer...
Às vezes
trabalho nos porões sustentando meu palco, para esse não
Desabar. E eu
derrubava os falsários, e entrava nas suas ilusões...
Eu brincava
tanto com sua falsa timidez... Eu amava, e amo tanto a minha
Rainha branca; e
não esse nosso amável, porém deplorável jogo de xadrez.
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