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quarta-feira, 18 de março de 2015

Passeio astral © Copyright


Estou aqui, a trilhar por este mundo; porém eu quero mesmo é ver as estrelas, sentir o sol. As névoas densas enevoam meus sentidos; mesmo assim, meus olhos vasculham a imensidão dos céus.

Estou voando, e meus pés apenas querem a leveza flutuante; feitos asas… estou vagando por entre os cometas, e seus rastros guiam-me até onde está o meu infinito. Estou buscando algo que há muito perdi. Encontrarei o meu eu, meu elo perdido, por entre os mundos deste Meu sonho azul?

E livre estou, e essas correntes já não assustam mais. Estou em meio às correntes que me impulsionam; e estas sim, deixam-me liberto. Estou dançando uma dança celestial. E meus passos leves deixam-se levar pelo musicar das trombetas. Estou divagando, é esse o efeito Entorpecente, ao procurar e observar, o infinito interior deste abstrato eu.

O céu azul abre seus braços, para receber em seus seios as minhas asas brancas… O véu da imensidão rasga-se, e mergulho no cosmos; porque as estrelas esperam O meu abraço. Estou de mãos dadas com os anjos, e esses deram cores às Minhas imaginações. E os sentidos negros afundaram-se num poço profundo. Minhas asas divagam por entre os ares, e meus olhos veem além das nuvens Escuras.

Estou pousado num solo sagrado, e deitado estou num jardim de flores cintilantes, e corvos brancos voam por entre os ramos de videiras. E alço voo para o céu extremo, e minhas asas são de pétalas, e o perfume delas embriagam os seres alados; e esses despencam do meu ar imaginário. E o meu mundo tem um sol azul, e seus raios gelados são a salvação do Meu deserto árido. E sereno estou, porque o meu eu encontrou-me, por entre as teias de minhas divagações.

As estrelas caem, e mergulho-me junto até um mar vivo e escuro. Aí, a vida pede passagem para desabrochar-se, e apegar-se a um tempo ínfimo. Até as flores murcharem, morrerem, e retornarem ao primário berço do infinito. Nascemos, vivemos, sonhamos, retornamos… somos eternos!


Betonicou©

Arte de Lindy Longhurst

domingo, 15 de março de 2015

pluma © Copyright


E tudo pede que ouçamos a linda música de nossa alma
E fazer tudo que ansiamos, com toda e terna calma.
E vemos a revolta por este mundo, com tanta ciência
Os corações clamam, e pedem numa só voz: chega de violência!
 
Os ventos gritam nossos ecos, e os gemidos estão pelos cantos
As tempestades são esses nossos rudes pesos, as chuvas choram nossas lágrimas de prantos
São todos os sentimentos ocultos, são todos esses desejos reprimidos
A vida solta os seus cães, antes acorrentados, e devidamente escondidos
 
Apesar de que tudo se perde, diante da tola impaciência
Tantos gestos, tantos gostos refletidos, nesse escuro espelho da imprudência
Ainda nasce do amor, essa flor, criança de pura e leve inocência.
Esse é o sentido da alma humana, seu real reflexo, e aparência.
 
Quando a leve canção da alma ressoa, no inverno brotam flores, e a sombra
ameniza todo quente verão; tudo é primavera, quando aceitamos
a nossa verdadeira, porém, aprisionada condição. E tudo pede um
pouco mais de brilho, nesse escuro vazio, feito de uma lacuna de razão
 
E pensando que tudo se resolve com tão pouco! Só um instante limpo
neste extenso tempo, opaco e tão rouco. A vida pede a prudência
neste mundo louco. A vida pede música leve, e alma que canta. A vida
pede as notas calmas dos tempos de infância; a voz pura que encanta.
 
A vida apenas pede que seja nascida, e vivida, e lindamente musicada
A vida pede uma voz audível, suave, e amorosamente amplificada.


Betonicou©