Estou aqui, a trilhar por este mundo; porém eu quero mesmo é ver
as estrelas, sentir o sol. As névoas densas enevoam meus sentidos; mesmo assim,
meus olhos vasculham a imensidão dos céus.
Estou voando, e meus pés apenas querem a leveza flutuante;
feitos asas… estou vagando por entre os cometas, e seus rastros guiam-me até
onde está o meu infinito. Estou buscando algo que há muito perdi. Encontrarei o
meu eu, meu elo perdido, por entre os mundos deste Meu sonho azul?
E livre estou, e essas correntes já não assustam mais. Estou em
meio às correntes que me impulsionam; e estas sim, deixam-me liberto. Estou
dançando uma dança celestial. E meus passos leves deixam-se levar pelo musicar
das trombetas. Estou divagando, é esse o efeito Entorpecente, ao procurar e observar,
o infinito interior deste abstrato eu.
O céu azul abre seus braços, para receber em seus seios as
minhas asas brancas… O véu da imensidão rasga-se, e mergulho no cosmos; porque
as estrelas esperam O meu abraço. Estou de mãos dadas com os anjos, e esses
deram cores às Minhas imaginações. E os sentidos negros afundaram-se num poço
profundo. Minhas asas divagam por entre os ares, e meus olhos veem além das
nuvens Escuras.
Estou pousado num solo sagrado, e deitado estou num jardim de
flores cintilantes, e corvos brancos voam por entre os ramos de videiras. E
alço voo para o céu extremo, e minhas asas são de pétalas, e o perfume delas
embriagam os seres alados; e esses despencam do meu ar imaginário. E o meu
mundo tem um sol azul, e seus raios gelados são a salvação do Meu deserto
árido. E sereno estou, porque o meu eu encontrou-me, por entre as teias de
minhas divagações.
As estrelas caem, e mergulho-me junto até um mar vivo e escuro. Aí,
a vida pede passagem para desabrochar-se, e apegar-se a um tempo ínfimo. Até as
flores murcharem, morrerem, e retornarem ao primário berço do infinito.
Nascemos, vivemos, sonhamos, retornamos… somos eternos!