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domingo, 18 de setembro de 2011

Borboletas noturnas.© Copyright



No crepúsculo que ensaia o retorno da noite,

Ao som das árias clássicas, surge uma bailarina.

Ela dança sob a lua, que brilha como um aro

De ébano estrelado, cercado de cores rubras e douradas.

Ela gira, salta, roça a saia no chão.

Ela se entrega à dança, à magia da alma frenética e desnuda.

Ela se mistura ao som do violino, ao calor de um corpo bailado.

Ela transpira delírio, ardor, odor, sensações e cheiros mesclados.

Ela é aplaudida pelos ventos, que gritam em uivos.

Ela é admirada pelo coro, que canta nos tons das músicas tocadas.

Ela é uma obra de arte, que cria flores ao tocar o chão com seus pés de Tália.

Ela é uma graça divina, que cintila como Aglaia.

Ela voa como uma borboleta noturna, que busca o cristal prata da lua.

Ela mergulha como um cisne prateado, que se afoga no mar cinza do luar.

Ela pousa como uma ave, que repousa entre as notas mágicas de um piano de cauda.

Ela abraça como uma amante, que se desnuda nos universos dos prazeres.

Ela dança o balé dos mortais, o balé dos ventos, o balé da vida.

Ela dança o pôr do sol, a lua cheia, o quarto minguante.

Ela dança a paixão, o romance, o êxtase.

Ela dança a arte, o amor, a emoção.

Ela é um anjo, que dança no picadeiro do infinito.

Ela é uma bailarina, que encanta a plateia com seu voo pleno angelical.