
No
crepúsculo que ensaia o retorno da noite,
Ao
som das árias clássicas, surge uma bailarina.
Ela
dança sob a lua, que brilha como um aro
De ébano estrelado, cercado de cores rubras e douradas.
Ela
gira, salta, roça a saia no chão.
Ela
se entrega à dança, à magia da alma frenética e desnuda.
Ela
se mistura ao som do violino, ao calor de um corpo bailado.
Ela transpira delírio, ardor, odor, sensações e cheiros mesclados.
Ela
é aplaudida pelos ventos, que gritam em uivos.
Ela
é admirada pelo coro, que canta nos tons das músicas tocadas.
Ela
é uma obra de arte, que cria flores ao tocar o chão com seus pés de Tália.
Ela é uma graça divina, que cintila como Aglaia.
Ela
voa como uma borboleta noturna, que busca o cristal prata da lua.
Ela
mergulha como um cisne prateado, que se afoga no mar cinza do luar.
Ela
pousa como uma ave, que repousa entre as notas mágicas de um piano de cauda.
Ela abraça como uma amante, que se desnuda nos universos dos prazeres.
Ela
dança o balé dos mortais, o balé dos ventos, o balé da vida.
Ela
dança o pôr do sol, a lua cheia, o quarto minguante.
Ela
dança a paixão, o romance, o êxtase.
Ela dança a arte, o amor, a emoção.
Ela
é um anjo, que dança no picadeiro do infinito.
Ela
é uma bailarina, que encanta a plateia com seu voo pleno angelical.
